As esmaltemaníacas do Twitter fazem postagens semanais sobre o esmalte da vez. Eu troco de esmalte umas três vezes por semana, mas capaz que eu ia deixar de participar!
A cor dessa semana era o amarelo. Eu tenho dois amarelos e estava louca pra provar um deles porque quero passar o reveillon com esmalte dessa cor - descobri, não sei onde, que o ano-novo deve ser em amarelos, dourados e branco - aproveitei o ensejo!
Como Valentina não pode me ver pintando a unha que também quer, nossa post é conjunto.
Este é o esmalte Amarelo Pop, da Colorama Camada Única. Achei pééééssimo de passar. Borra, mancha e só uma camada não fica suficiente. Além disso, é um amarelo corretivo! Bah, não deu, terminei de passar, tirei a foto e tirei o esmate.
Tirar o esmalte - outro dilema. O troço não sai! Gruda em tudo na unha, deixa tudo manchado. Enfim, horrível, não uso mais. Problema agora: o que fazer com um vidro inteirinho de esmalte de uma cor horrorosa?!?!
domingo, 19 de dezembro de 2010
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Povo de virtudes
Estive ontem (14) em Santa Cruz do Sul, Vale do Rio Pardo, aqui no RS. Eu já conhecia a cidade - pelo menos a parte central - e achava bonita, organizada, limpa. São cerca de 130 mil habitantes, colonização alemã, forte indústria fumageira a 147 km de distância de Porto Alegre
Uma das delícias do meu trabalho atual é poder visitar muitos dos 496 municípios do meu estado e ver como tem lugar lindo, gente trabalhadora e problemas a serem resolvidos.
Da Capital, acabamos traçando uma imagem na nossa cabeça de como é a vida, como são as pessoas, como vivem em cada região desse estado que é quase um país de tão grande e diverso. E essa imagem geralmente é apenas um pré-conceito. Há sempre pobres e ricos, brancos e negros, assistidos pelo estado ou não. E é muito bacana conhecer esse outro lado, por trás do cartão postal.
Tenho visitado os bairros mais violentos de cada município. E seja em Santa Cruz do Sul, Santo Angelo, São Luiz Gonzaga, Pelotas, Esteio, Alvorada, Montenegro ou Torres, seja nas Missões, Litoral, Região Metropolitana ou Zona Sul, há pessoas trabalhando para melhorar a vida naquelas comunidades. Há sorrisos nos rostos das crianças. Há esperança.
Uma das delícias do meu trabalho atual é poder visitar muitos dos 496 municípios do meu estado e ver como tem lugar lindo, gente trabalhadora e problemas a serem resolvidos.
Da Capital, acabamos traçando uma imagem na nossa cabeça de como é a vida, como são as pessoas, como vivem em cada região desse estado que é quase um país de tão grande e diverso. E essa imagem geralmente é apenas um pré-conceito. Há sempre pobres e ricos, brancos e negros, assistidos pelo estado ou não. E é muito bacana conhecer esse outro lado, por trás do cartão postal.
Tenho visitado os bairros mais violentos de cada município. E seja em Santa Cruz do Sul, Santo Angelo, São Luiz Gonzaga, Pelotas, Esteio, Alvorada, Montenegro ou Torres, seja nas Missões, Litoral, Região Metropolitana ou Zona Sul, há pessoas trabalhando para melhorar a vida naquelas comunidades. Há sorrisos nos rostos das crianças. Há esperança.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Mães blogueiras, mães protetoras
Uma das coisas que me deixa mais irada em jornalistas - tá, e nas pessoas em geral - é falta de ética. Quando a atitude antiética é contra coisas em que eu acredito, aí eu fico FULA.
Imagina só o seguinte diálogo, que aconteceu mais ou menos assim:
A "jornalista": - Oi, Mãe Fulana, eu sou Luisa Alcantara e Silva, da Folha de São Paulo, e estou fazendo uma matéria a respeito das mães que mantêm blogs sobre os seus filhos. Você pode me dar uma entrevista?
A Mãe Fulana, mega feliz de divulgar uma coisa tão querida por ela e tão importante para o seu próprio aprendizado como mãe, responde: - Claro, querida, venha na minha casa que conversamos.
Após isso, a Mãe Fulana se depara com esta matéria: Mães colocam crianças em "Baby Brother" na internet; especialistas criticam. Oi? Fácil imaginar como esta mãe está se sentindo.
Luisa tinha todo o direito de fazer sua matéria, inclusive alertando para os riscos da exposição das crianças - coisa com que todas nós, mães blogueiras, nos preocupamos. Mas ela não podia ter enganado a fonte dela! Luisa moldou as falas à sua pauta, enquanto deveria fazer o contrário. Se a Giovana soubesse que o foco da matéria era esse, poderia ter explicado os cuidados que ela toma, a preocupação que ela tem. Mas a tal da jornalista simplesmente ignorou isso, esquecendo o preceito mais básico do jornalismo: ouvir o outro lado. Ela não ouviu o lado da Giovana. Simplesmente, com seu texto, a acusou de - no mínimo - leviana, sem nem chance para ela se defender. Essa profissional conseguiu contrariar os princípios éticos do jornalismo e das mães de uma tacada só!
Escrevemos em blogs para trocar ideias e experiências, para vermos que não estamos doidas - pelo menos, não sozinhas - ao passar por todos os desafios da maternidade. Fazemos isso por nossos filhos, justamente para educá-los de uma maneira melhor. (Nossa, eu já aprendi tanto com minhas amigas virtuais que teria que fazer uma sequência de posts só para contar os cases.) É claro que a segurança e a preservação da intimidade deles nos preocupa, falamos sobre isso também. E gostaríamos de ter orientações adequadas a respeito. A-D-E-Q-U-A-D-A-S, não com o preconceito e a falta de conhecimento que demonstraram os especialistas consultados pela Folha.
Esperamos que, na próxima vez que for escrever uma matéria, Luisa tenha mais cuidado.
Indignação coletiva
Temos uma rede de mães que se comunica por twitter e blogs e o grupo todo se solidarizou com a Giovana. Várias menções das twiteiras e posts nos blogs, afinal todas nós nos sentimos desrespeitadas. Abaixo, alguns textos:
- O caso Giovana - por Dani Donda
- Um protesto em favor de todas as mães blogueiras, por Calu, da Rede Mulher & Mãe
- Protesto em favor das mães blogueiras, por Keka
- Pseudojornalistas, por Nanda Becker
- Sou mãe. Sou blogueira. Com muito orgulho., por Tatiana Alves Passagem
UPDATE:
A ombudsman da Folha, Suzana Singer, respondeu e-mail da Tatiana Passagem sobre o assunto e pediu esclarecimentos. Na edição deste domingo, publicaram um mea culpa. Achei bacana a iniciativa: se erraram, é bom reconhecer. Aqui post da Rede Mulher & Mãe com a matéria!
Imagina só o seguinte diálogo, que aconteceu mais ou menos assim:
A "jornalista": - Oi, Mãe Fulana, eu sou Luisa Alcantara e Silva, da Folha de São Paulo, e estou fazendo uma matéria a respeito das mães que mantêm blogs sobre os seus filhos. Você pode me dar uma entrevista?
A Mãe Fulana, mega feliz de divulgar uma coisa tão querida por ela e tão importante para o seu próprio aprendizado como mãe, responde: - Claro, querida, venha na minha casa que conversamos.
Após isso, a Mãe Fulana se depara com esta matéria: Mães colocam crianças em "Baby Brother" na internet; especialistas criticam. Oi? Fácil imaginar como esta mãe está se sentindo.
Luisa tinha todo o direito de fazer sua matéria, inclusive alertando para os riscos da exposição das crianças - coisa com que todas nós, mães blogueiras, nos preocupamos. Mas ela não podia ter enganado a fonte dela! Luisa moldou as falas à sua pauta, enquanto deveria fazer o contrário. Se a Giovana soubesse que o foco da matéria era esse, poderia ter explicado os cuidados que ela toma, a preocupação que ela tem. Mas a tal da jornalista simplesmente ignorou isso, esquecendo o preceito mais básico do jornalismo: ouvir o outro lado. Ela não ouviu o lado da Giovana. Simplesmente, com seu texto, a acusou de - no mínimo - leviana, sem nem chance para ela se defender. Essa profissional conseguiu contrariar os princípios éticos do jornalismo e das mães de uma tacada só!
Escrevemos em blogs para trocar ideias e experiências, para vermos que não estamos doidas - pelo menos, não sozinhas - ao passar por todos os desafios da maternidade. Fazemos isso por nossos filhos, justamente para educá-los de uma maneira melhor. (Nossa, eu já aprendi tanto com minhas amigas virtuais que teria que fazer uma sequência de posts só para contar os cases.) É claro que a segurança e a preservação da intimidade deles nos preocupa, falamos sobre isso também. E gostaríamos de ter orientações adequadas a respeito. A-D-E-Q-U-A-D-A-S, não com o preconceito e a falta de conhecimento que demonstraram os especialistas consultados pela Folha.
Esperamos que, na próxima vez que for escrever uma matéria, Luisa tenha mais cuidado.
Indignação coletiva
Temos uma rede de mães que se comunica por twitter e blogs e o grupo todo se solidarizou com a Giovana. Várias menções das twiteiras e posts nos blogs, afinal todas nós nos sentimos desrespeitadas. Abaixo, alguns textos:
- O caso Giovana - por Dani Donda
- Um protesto em favor de todas as mães blogueiras, por Calu, da Rede Mulher & Mãe
- Protesto em favor das mães blogueiras, por Keka
- Pseudojornalistas, por Nanda Becker
- Sou mãe. Sou blogueira. Com muito orgulho., por Tatiana Alves Passagem
UPDATE:
A ombudsman da Folha, Suzana Singer, respondeu e-mail da Tatiana Passagem sobre o assunto e pediu esclarecimentos. Na edição deste domingo, publicaram um mea culpa. Achei bacana a iniciativa: se erraram, é bom reconhecer. Aqui post da Rede Mulher & Mãe com a matéria!
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Adeus ao alicate
Eu amo esmaltes. Descobri essa variedade incrível de cores e possibilidades que o mercado está despejando no colo das mulheres de uns tempos pra cá e me viciei, tipo assim como viciei no Twitter! E é de lá que vêm muitas das informações que eu recebo sobre novidades, tendências, avaliações, etc.
Existem diversos sites e blogs sobre o assunto na web, é só procurar. O meu blog referência é o Unha Bonita, da Daniele Honorato. Dá vontade de ficar amiga dela de tão fofa que ela é. E a guria é DOIDA por esmaltes, realmente doida - são mais de mil vidrinhos. Ela posta lançamentos, experimenta cores, dá dicas, superbacana mesmo.
Então, lá no UB eu sempre lia ela comentar sobre o fato de não tirar as cutículas com alicate. E ficava meio curiosa. Pô, a peça chave de qualquer manicure é o alicate, não?! Pois é, talvez não. Segundo a Dani, existem um monte de vantagens em não tirar a cutícula, sendo uma delas a diminuição no tempo que leva para fazer as unhas. Eu sempre gostei de tirar a cutícula, cavocar com o alicate, acabava deixando os dedos machucados e feios. Além disso, as cutículas em ordem são fundamentais para um bom acabamento da pintura. Bom, claro que me interessei.
Li o post dela sobre o tema (clica aqui e lê também!) e segui o passo a passo no fim de semana. Hoje é quarta e eu consegui ainda não mexer nas minhas cutículas. Sabe que elas nem estão tão imensas e esquisitas como eu achei que ficariam?! Vou continuar firme no propósito de não tirar as cutículas. Se até o fim do verão eu resistir e concordar que fica bom, adoto de vez a técnica e adeus ao alicate
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Parando o tempo
Terça-feira, 7h, eu acordo sem esperar o despertador tocar. Naquela preguicinha do início do dia, fico uns minutinhos rolando na cama. De repente, escuto baixinho "mamãe?!". É a senha para levantar e visitar o quarto ao lado. Valentina já está acordada, sentada na cama, fazendo perguntas. Sim, ela tem só dois anos, mas já é uma matraca. Fiquei ali com ela um pouquinho, conversando, até ela pedir o tradicional chazinho da manhã, que eu já tinha deixado pronto, na minha mesa de cabeceira.
Lá fomos nós duas para a minha cama. Deitei de novo, dei o chazinho e fiquei ali,curtindo o cafuné mais delicioso, que só aquelas mãozinhas miúdas, gordinhas e macias conseguem fazer. Que delícia. Curtimos a presença uma da outra. Cantamos, conversamos.
Claro que, depois, precisei dar uma certa corrida pra não me atrasar, mas tudo bem: valeu cada segundo.
Lá fomos nós duas para a minha cama. Deitei de novo, dei o chazinho e fiquei ali,curtindo o cafuné mais delicioso, que só aquelas mãozinhas miúdas, gordinhas e macias conseguem fazer. Que delícia. Curtimos a presença uma da outra. Cantamos, conversamos.
Claro que, depois, precisei dar uma certa corrida pra não me atrasar, mas tudo bem: valeu cada segundo.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Amamentação: eu sou a favor
Rolou um papo via twitter hoje sobre amamentação - ou a falta de. Uma estudante de medicina, mãe, estaria dando complemento para o seu bebê por considerar o próprio leite fraco. Galera, não existe leite fraco!!! O leite da mãe é na medida da necessidade do filho e a produção de adapta ao consumo.
Fico CHOCADA quando sei de notícias como essa. Aliás, sempre que vejo qualquer mãe com dificuldade para amamentar, me dá vontade de passar uma semana com ela, todos os dias, para dar um jeito de ela conseguir.
Minha mãe diz que eu sou exagerada, que nem todo mundo amamentou com a facilidade que eu. De fato, eu tive muito leite. Não, eu tive MUUUUITO leite. Horrores. Se Valentina começava a mamar e largava o peito pra olhar pro lado, ficava jorrando. Tinha vezes que eu até me irritava porque sujava todas as minhas blusas e aquelas conchas só pioravam, porque pressionavam exatamente onde mais fazia sair leite. Devido ao excesso de leite, tive três mastites, de precisar tomar antiinflamatório e antibiótico, e uma vez, aos dois meses da Vale, tive fissura no bico do seio. E isso dói.
Apesar dos perrengues - e das restrições que isso significa -, amamentei até a Valentina ter um ano e meio. E não me arrependo. Apesar de ter nascido prematura, ela é uma criança forte, saudável, que come de tudo. E continua tomando leite como uma terneirinha. E era delicioso amamentá-la.
Mas eu desconfio que, exceto nos casos de doenças, deformidades e afins (conforme pode-se ler neste ótimo post), a principal causa das mães não amamentarem está nas suas cabeças. Seja pelos mitos que escutaram, pela falta de apoio do pai e de toda a família, pelos atropelos do início. Sim, nas primeiras vezes, seu útero volta para o tamanho usual com mais força durante a amamentação e dá uma coliquinha, mas eu garanto que passa rápido. Sim, nas primeiras sugadas do seu filho, vai dar uma doída, mas é pouco e também passa. Sim, dá muuuuita sede. E muuuita fome. Não, nem sempre você está com paciência de ficar 30, 40 min paradíssima sentada para que seu filho conclua a refeição. Mas isso é tão pouco perto da delícia de amamentar e do bem que faz para o bebê que qualquer mãe precisa experimentar! Mas experimentar mesmo, com vontade, com alegria, com fé, com cuidado.
E se ainda assim não rolar, paciência. Você não vai ser menos mãe por não ter conseguido. Talvez seja por não ter tentado.
Fico CHOCADA quando sei de notícias como essa. Aliás, sempre que vejo qualquer mãe com dificuldade para amamentar, me dá vontade de passar uma semana com ela, todos os dias, para dar um jeito de ela conseguir.
Minha mãe diz que eu sou exagerada, que nem todo mundo amamentou com a facilidade que eu. De fato, eu tive muito leite. Não, eu tive MUUUUITO leite. Horrores. Se Valentina começava a mamar e largava o peito pra olhar pro lado, ficava jorrando. Tinha vezes que eu até me irritava porque sujava todas as minhas blusas e aquelas conchas só pioravam, porque pressionavam exatamente onde mais fazia sair leite. Devido ao excesso de leite, tive três mastites, de precisar tomar antiinflamatório e antibiótico, e uma vez, aos dois meses da Vale, tive fissura no bico do seio. E isso dói.
Apesar dos perrengues - e das restrições que isso significa -, amamentei até a Valentina ter um ano e meio. E não me arrependo. Apesar de ter nascido prematura, ela é uma criança forte, saudável, que come de tudo. E continua tomando leite como uma terneirinha. E era delicioso amamentá-la.
Mas eu desconfio que, exceto nos casos de doenças, deformidades e afins (conforme pode-se ler neste ótimo post), a principal causa das mães não amamentarem está nas suas cabeças. Seja pelos mitos que escutaram, pela falta de apoio do pai e de toda a família, pelos atropelos do início. Sim, nas primeiras vezes, seu útero volta para o tamanho usual com mais força durante a amamentação e dá uma coliquinha, mas eu garanto que passa rápido. Sim, nas primeiras sugadas do seu filho, vai dar uma doída, mas é pouco e também passa. Sim, dá muuuuita sede. E muuuita fome. Não, nem sempre você está com paciência de ficar 30, 40 min paradíssima sentada para que seu filho conclua a refeição. Mas isso é tão pouco perto da delícia de amamentar e do bem que faz para o bebê que qualquer mãe precisa experimentar! Mas experimentar mesmo, com vontade, com alegria, com fé, com cuidado.
E se ainda assim não rolar, paciência. Você não vai ser menos mãe por não ter conseguido. Talvez seja por não ter tentado.
sábado, 9 de outubro de 2010
Vergonha pra "mui leal e valerosa"
Hoje, pela primeira vez, eu tive vergonha de ser portoalegrense. Muita vergonha.
Nesta sexta-feira (08/10), estreou em Porto Alegre a Cow Parade - um evento de arte mundial em que "esculturas de vacas em fibra de vidro são decoradas por artistas locais e distribuídas pelas cidades, em locais públicos como estações de metrô, avenidas e parques. Após a exposição, as vacas são leiloadas e o dinheiro é entregue para instituições de beneficentes", segundo o site do próprio evento.
As vaquinhas já visitaram mais de 50 cidades no mundo todo, incluindo Londres, Paris, São Paulo e Rio de Janeiro.
Em Porto Alegre, uma situação inédita: sumiu uma vaca. Isso mesmo, uma exposição que já esteve no "violentíssimo" Rio de Janeiro, foi ter uma das obras de arte surrupiadas aqui, na leal e valerosa Porto dos Casais.
Quando li a notícia pelo Twitter, fiquei chocada, achei que era alguma brincadeira. Mas não: a vaca instalada na praça na Cel. Genuíno com a José do Patrocínio sumiu.
Estou torcendo para que tenha sido obra de algum gaiato, que amanhã a pobre vaquinha aparecerá novamente, lépida e faceira. Enquanto isso não acontece, morro de vergonha.
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Ai lóvu tu
Faz um tempinho já que não posto, mas tem textos sendo gestados, logo eles nascem por aqui.
Enquanto isso, posto um trecho de Pra você guardei o amor, do último CD do Nando Reis & os Infernais, Drês, show que assisti no Opinião na última semana. Assisti é jeito de falar, né, porque toda a minha altura me permitiu ouvir o Nando Reis, jamais vê-lo. Enfim. Valeu.
Esse trecho da música é uma homenagem à minha filha, Valentina.
Vale, esse titio escreveu exatamente o que a mamãe sente por ti. Um amor enorme, que estava guardadinho para quando tu chegasse. E tu chegou e esse amor transbordou. Bom, deixa o tio Nando Reis falar que ele é melhor nisso que a mamãe, tá?! Te amo. (ao que Vale geralmente responde "Ai lóvu tu"!)
PRA VOCE GUARDEI O AMOR QUE NUNCA SOUBE DAR O AMOR QUE TIVE E VI SEM ME DEIXAR
SENTIR SEM CONSEGUIR PROVAR
SEM ENTREGAR E REPARTIR
PRA VOCE GUARDEI O AMOR QUE SEMPRE QUIS MOSTRAR O AMOR QUE VIVE EM MIM VEM VISITAR
SORRIR VEM COLORIR SOLAR
VEM ESQUENTAR E PERMITIR
QUEM ACOLHER O QUE ELE TEM E TRAZ QUEM ENTENDER O QUE ELE DIZ NO GIZ DO GESTO
O JEITO PRONTO DO PISCAR DOS CÍLIOS
QUE O CONVITE DO SILENCIO EXIBE...
Para ver/ouvir a música toda, clica aqui!
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Esmaltes: um luxo baratinho!
Há alguns meses, eu descobri que fazer a minha própria unha poderia ser beeem divertido. O esmalte geralmente dura pouco na minha unha. Com tantas cores e possibilidades surgindo no mercado de esmaltes a cada dia, fazendo em casa eu fico sem nenhum piiiingo de culpa por trocar a cor da unha a cada três dias. Fazendo na manicure, dava a impressão de dinheiro posto fora.
Semana passada, uma estreia: comprei esmalte pela internet! Meu coraçãozinho bateu mais forte desde o lançamento da coleção Pop4you, da Risqué, e eu ainda não tinha encontrado os vidrinhos por esse Porto dos Casais. Então, arrisquei. E adorei!!!! Olha que fofo o jeito que eles vieram:
CLA-RO que eu fui testar na hora as cores novas:
Da esquerda para a direita, Cigarrete, Pop, Tubinho e Twiggy da Pop4you + Inocense da Impala + Absinto da Colorama (que não aparece na foto porque estava no dedo indicador da outra mão, que a bocaberta aqui esqueceu de fotografar)
Estou pronta para o verão - pelo menos, nas unhas! Olha só:
Uma das maiores vantagens dessa onda de esmaltes coloridos é que eles custam baratinho. Assim, dá pra se divertir com as cores e brilhos sem fazer um rombo no orçamento.
Meninas, se joguem!
Semana passada, uma estreia: comprei esmalte pela internet! Meu coraçãozinho bateu mais forte desde o lançamento da coleção Pop4you, da Risqué, e eu ainda não tinha encontrado os vidrinhos por esse Porto dos Casais. Então, arrisquei. E adorei!!!! Olha que fofo o jeito que eles vieram:
CLA-RO que eu fui testar na hora as cores novas:
Da esquerda para a direita, Cigarrete, Pop, Tubinho e Twiggy da Pop4you + Inocense da Impala + Absinto da Colorama (que não aparece na foto porque estava no dedo indicador da outra mão, que a bocaberta aqui esqueceu de fotografar)
Estou pronta para o verão - pelo menos, nas unhas! Olha só:
Uma das maiores vantagens dessa onda de esmaltes coloridos é que eles custam baratinho. Assim, dá pra se divertir com as cores e brilhos sem fazer um rombo no orçamento.
Meninas, se joguem!
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Passeios seguros
Começa hoje (1º) a fiscalização do uso de cadeiras e assentos de segurança nos carros para crianças até sete anos e meio de idade. Os dispositivos passaram a ser obrigatórios a partir de uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito de junho de 2008. Ou seja, desde aquele momento, os pais sabia que precisariam providenciar os bebês-conforto, cadeirinhas e/ou assentos. Mas, claro, muita gente deixou para última hora e, agora, os itens estão em falta em lojas físicas e virtuais.
Ainda que não fosse obrigatória, a cadeirinha é item básico de segurança. Carregar uma criança no colo em passeio de carro, mesmo andando devagar, coloca-a em risco de se machucar até com uma freada, coisa corriqueira nesses tempos de trânsito enlouquecido.
Eu já andei com a Valentina sem cadeirinha. Primeiro, logo que ela nasceu. Eu não tinha comprado ainda, ela nasceu prematura e eu estava sem grana. Por ser prematura, não saíamos nunca, loo no início. Então, deu tempo de providenciar o bebê-conforto (brigada, Dai!). Depois, na hora de trocar pela cadeirinha, também deu uma apertada, mas se comprou a dita-cuja. Valentina anda bem na boa, olhando para o movimento da rua e pedindo "múgica". Não ter usado os dispositivos de segunraça não é uma coisa de que eu me orgulhe, foi realmente necessário e procurei evitar ao máximo. Agora, ela tem uma cadeirinha em cada carro que costuma andar.
Dia desses, eu chegava na escolinha para buscá-la quando vi um pai pegando um táxi com uma criança de uns três anos. Fiquei pensando: e os táxis?! Pois é, eles não serão obrigados a ter a cadeirinha, pelo menos por enquanto. E isso é PÉSSIMO. De táxi, a criança está tão ou mais exposta quanto no carro da família. Não seria adequado que eles tivesses, pelo menos, a cadeirinha no porta-malas ou naquelas casinhas que existem nos principais pontos? Ou, pelo menos, nos tele-táxis, podermos optar por carros com cadeirinhas... Que tal? Fica a dica para se pensar a respeito.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Filhote agressivo: como lidar?
Desde que a lei que proíbe a palmada, vários pais e mãestêm se questionado sobre como lidam com o assunto. Eu também me questionei muito e passei a ficar mais atenta às razões que me fizeram apelar para a "palmadinha educativa" nas poucas vezes em que me pareceu necessário. Percebi que, na maioria das vezes, eu não estava tendo a paciência necessária para dar limites sem chegar à palmada. E procurei corrigir isso.
Valentina andava numa ótima fase, muito obediente e tranquila. Claro que não deixou de subir na mesa de centro de casa, mas bastava chamar a atenção que ela descia. De uns dias pra cá, observei que ela estava meio agressiva como gato. PAUSA Tenho um gato em casa, mistura de persa com angorá, muito tranquilo. Quando a Valentina nasceu, por ser prematura, o gato foi passar um período na casa do meu irmão. Como ela ficou 100%, quando ela tinha três meses, o gato voltou pra casa. Ele e a Vale sempre se adoraram, apesar de, às vezes, ela pesar a mão nos carinhos. Nesses casos, ele só fugia. Conviviam sem problemas. DESPAUSA
De repente, ela começou a chutar o gato. Sim, ela chega bem pertinho dele e tasca um chute no pobre do bichinho. Eu não entendi nada! Tenho conversado bastante com ela, mas acho que não está adiantando. Valentina só olha pra mim e sorri. E me reclama que ele bateu nela. É, o gato andou dando um tapinha nela que, pelo visto, o provocou.
Hoje, chegando na escolinha, coloquei ela dentro da sala enquanto conversava com a professora. Valentina deu um empurrão numa coleguinha que se aproximava dela. Repreendi e a professora me explicou que ela tem estado bem agressiva ultimamente. Claro que já fiquei tri chateada, tri culpada, pensando o que eu estou fazendo errado. E eu não sei o que é.
Coincidentemente (se é que coincidência existe), abro o meu twitter (me segue lá!) e tem o link para uma matéria do site bebe.com.br, da Abril, com a chamada Como lidar com a agressividade infantil. E o texto já começa com um "Os pais devem se sentir responsáveis pelo filho, mas não podem achar que serão capazes de moldá-los completamente.". Ou seja, pais, sem culpa! Mas quem consegue?! Eu não estou conseguindo...
Valentina andava numa ótima fase, muito obediente e tranquila. Claro que não deixou de subir na mesa de centro de casa, mas bastava chamar a atenção que ela descia. De uns dias pra cá, observei que ela estava meio agressiva como gato. PAUSA Tenho um gato em casa, mistura de persa com angorá, muito tranquilo. Quando a Valentina nasceu, por ser prematura, o gato foi passar um período na casa do meu irmão. Como ela ficou 100%, quando ela tinha três meses, o gato voltou pra casa. Ele e a Vale sempre se adoraram, apesar de, às vezes, ela pesar a mão nos carinhos. Nesses casos, ele só fugia. Conviviam sem problemas. DESPAUSA
De repente, ela começou a chutar o gato. Sim, ela chega bem pertinho dele e tasca um chute no pobre do bichinho. Eu não entendi nada! Tenho conversado bastante com ela, mas acho que não está adiantando. Valentina só olha pra mim e sorri. E me reclama que ele bateu nela. É, o gato andou dando um tapinha nela que, pelo visto, o provocou.
Hoje, chegando na escolinha, coloquei ela dentro da sala enquanto conversava com a professora. Valentina deu um empurrão numa coleguinha que se aproximava dela. Repreendi e a professora me explicou que ela tem estado bem agressiva ultimamente. Claro que já fiquei tri chateada, tri culpada, pensando o que eu estou fazendo errado. E eu não sei o que é.
Coincidentemente (se é que coincidência existe), abro o meu twitter (me segue lá!) e tem o link para uma matéria do site bebe.com.br, da Abril, com a chamada Como lidar com a agressividade infantil. E o texto já começa com um "Os pais devem se sentir responsáveis pelo filho, mas não podem achar que serão capazes de moldá-los completamente.". Ou seja, pais, sem culpa! Mas quem consegue?! Eu não estou conseguindo...
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
A era do Twitter - o livro
Ter ferramentas que nos ajudem a compreender as (velozes) transformações do nosso mundo é importante. Fundamental até. Mas tem horas que o povo exagera. Recebi no meu e-mail, dia desses, uma oferta de compra de um livro chamado A era do Twitter. Parei e fiquei penasdo - porque eu penso muito, viu?!: mas já?!?!
PAUSA: Twitter é uma rede social + microblog em que as pessoas postam mensagens de até 140 caracteres. Para outras e talvez mais precisas definições, clica aqui ou entra lá! DESPAUSA
Consultando os oráculos - Google, beijo pra ti - descobri que o Twitter está no ar desde março de 2006. Isso dá quatro anos. De popularização, entrada massiva, é um ano. Como é que alguém quer escrever um livro sobre a era dessa ferramenta?!?! Como é que alguém se julga com conhecimento suficiente para isso?!!
Um livro com o título "a era de..." parece uma obra que dissecou um período, uma atividade, um comportamento. Um estudo profundo dos impactos do objeto de seu análise. Considerando o quão nova é a ferramenta Twitter - ainda que tenha revolucionado muita coisa, esteja revolucionado e ainda vá revolucionar - não me parece possível.
No máximo, podemos levantar tendências, investigar teorias, construir hipóteses. Mas daí a cobrar R$69,90 por "Ao longo de um texto leve e descontraído, o autor revela histórias interessantes de pessoas que estão utilizando o Twitter para se conectar com outras pessoas que compartilham seus interesses ao redor do mundo. O livro destaca episódios em que o microblog foi usado para disseminar informações como o pouso do avião no Rio Hudson e o terremoto de Sichuan, na China", me soa oportunismo demais.
Buscar compreender uma nova ferramenta tecnológica é fundamental. Vender gato por lebre, não é bacana. Ô, seu autor: Põe um título mais modesto da póxima vez, tá?
PAUSA: Twitter é uma rede social + microblog em que as pessoas postam mensagens de até 140 caracteres. Para outras e talvez mais precisas definições, clica aqui ou entra lá! DESPAUSA
Consultando os oráculos - Google, beijo pra ti - descobri que o Twitter está no ar desde março de 2006. Isso dá quatro anos. De popularização, entrada massiva, é um ano. Como é que alguém quer escrever um livro sobre a era dessa ferramenta?!?! Como é que alguém se julga com conhecimento suficiente para isso?!!
Um livro com o título "a era de..." parece uma obra que dissecou um período, uma atividade, um comportamento. Um estudo profundo dos impactos do objeto de seu análise. Considerando o quão nova é a ferramenta Twitter - ainda que tenha revolucionado muita coisa, esteja revolucionado e ainda vá revolucionar - não me parece possível.
No máximo, podemos levantar tendências, investigar teorias, construir hipóteses. Mas daí a cobrar R$69,90 por "Ao longo de um texto leve e descontraído, o autor revela histórias interessantes de pessoas que estão utilizando o Twitter para se conectar com outras pessoas que compartilham seus interesses ao redor do mundo. O livro destaca episódios em que o microblog foi usado para disseminar informações como o pouso do avião no Rio Hudson e o terremoto de Sichuan, na China", me soa oportunismo demais.
Buscar compreender uma nova ferramenta tecnológica é fundamental. Vender gato por lebre, não é bacana. Ô, seu autor: Põe um título mais modesto da póxima vez, tá?
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Mulher com filho
Li ontem mais algumas crônicas do livro Canalha!, de Fabrício Carpinejar. Deparei com este texto:
NAMORANDO MULHER COM FILHO
Namorar mulher separada com filhos já foi visto como uma dificuldade. Seria complicado conquistar a criança, conviver com o outro pai, ter um cantinho para namorar sozinho. A criança era recebida como um problema, uma restrição à liberdade e à intimidade. A suspeita é que ela não estava procurando um namorado, porém um pai para seu pequeno. Isso mudou. Não tenho dúvida de que namorar mulher com filho pode ser muito melhor do que namorar mulher sem filho. A mulher com filho aproveita seu espaço. Responsável para fora, e possivelmente louca e criativa com você. Ela valoriza cada ida a um restaurante como se fosse uma viagem ao exterior. Não precisa bater ponto na balada, para dizer que está feliz. Encontra o contentamento num café da manhã ou em um filme no sofá.
Não bancará a mimada ou começará discussões tolas sobre se está bonita ou não, se está gorda ou o espelho do provador é que emagrece. Não se endividará do futuro, supera as adversidades com humor. Tem a vaidade da autocrítica. Consegue ser surpreendente com as banalidades, não está comprometida em impressionar, e sim em ser verdadeira. Descobriu que a verdade é mais sedutora do que a mentira. Interessada em repartir o prazer, correr as pernas debaixo da mesa, fazer gafe acompanhada para contar às amigas. Reconhece o valor de uma lingerie preta, pois usa em casa um pijama gasto. Ela será bem solta na cama, plural, não sofrerá pudor em confessar fantasias, não ficará transando consigo mesma. As mãos do homem serão seus seios. Abrirá sua memória com a habilidade de vestir fantoches, falará com franqueza de quem consegue acalmar os pesadelos do filho.
Ela vai trabalhar, cuidar da escola e da casa, do almoço e das contas, e nunca reclamará que carece de tempo para sair. Beijará como se fosse uma adolescente redescobrindo o corpo, com a diferença de que não terá medo do corpo. Não será uma sogra antecipada - tornou-se sua própria mãe. Não permanecerá muda diante de você, sobrarão assuntos para comentar, opinar e dar foras. Não concordará com tudo para agradar, o que é mais gostoso, sua personalidade combativa, decidida, discordante não suporta fingimentos. Ao invés de brigar, irá sugerir soluções. Afinal, é o que faz todo dia. Não cobrará a ânsia de uma família, mas mostrará aos poucos o que é uma família. Será cautelosa com as dores e pródiga com as alegrias. Uma mulher com filhos é amorosa porque conhece a fundo a solidão para sair dela.
Fabro, querido, as mulheres solteiras que têm filhos agradecem penhoradamente.
PS: Tens programa pra hoje?!?
Falando sério agora. Desde que me tornei mãe, superei diversos desafios, aprendi muito e esses processos continuam. Porém, umas das coisas que eu ainda não consegui resolver muito bem é esse lance de namorar.
Toda vez que vou sair para uma balada, para encontrar amigos (se rolar aquele papo "bah, vou te apresentar um gatinho..."), eu fico me sentindo A culpa em pessoa. Aquela coisa de anjinho e diabinho no ombro. Um dizendo que eu tenho é que ficar em casa cuidando da minha filha, outro que eu sou gente e tenho mais é que me divertir. Só não sei bem quem diz o quê.
Eu sei, racionalmente, que eu não estou abandonando a minha filha sozinha em casa (como umas tipas por aí) já que ela fica ou com a avó ou com o pai, bem cuidada. Sei que eu estou fazendo tuco certo, que eu sou solteira e jovem e, como todo mundo, tenho direito à diversão e ao lazer. Eu sei tudo isso. Mas me dá uma certa angústia. Uma sensação de estar fazendo coisa errada. Se eu fico sabendo que Valentina acordou perguntando por mim, então... Não tenho deixado completamente de sair em função disso, mas preciso ficar me policiando para desencanar.
Well, go terapia, então...
NAMORANDO MULHER COM FILHO
Namorar mulher separada com filhos já foi visto como uma dificuldade. Seria complicado conquistar a criança, conviver com o outro pai, ter um cantinho para namorar sozinho. A criança era recebida como um problema, uma restrição à liberdade e à intimidade. A suspeita é que ela não estava procurando um namorado, porém um pai para seu pequeno. Isso mudou. Não tenho dúvida de que namorar mulher com filho pode ser muito melhor do que namorar mulher sem filho. A mulher com filho aproveita seu espaço. Responsável para fora, e possivelmente louca e criativa com você. Ela valoriza cada ida a um restaurante como se fosse uma viagem ao exterior. Não precisa bater ponto na balada, para dizer que está feliz. Encontra o contentamento num café da manhã ou em um filme no sofá.
Não bancará a mimada ou começará discussões tolas sobre se está bonita ou não, se está gorda ou o espelho do provador é que emagrece. Não se endividará do futuro, supera as adversidades com humor. Tem a vaidade da autocrítica. Consegue ser surpreendente com as banalidades, não está comprometida em impressionar, e sim em ser verdadeira. Descobriu que a verdade é mais sedutora do que a mentira. Interessada em repartir o prazer, correr as pernas debaixo da mesa, fazer gafe acompanhada para contar às amigas. Reconhece o valor de uma lingerie preta, pois usa em casa um pijama gasto. Ela será bem solta na cama, plural, não sofrerá pudor em confessar fantasias, não ficará transando consigo mesma. As mãos do homem serão seus seios. Abrirá sua memória com a habilidade de vestir fantoches, falará com franqueza de quem consegue acalmar os pesadelos do filho.
Ela vai trabalhar, cuidar da escola e da casa, do almoço e das contas, e nunca reclamará que carece de tempo para sair. Beijará como se fosse uma adolescente redescobrindo o corpo, com a diferença de que não terá medo do corpo. Não será uma sogra antecipada - tornou-se sua própria mãe. Não permanecerá muda diante de você, sobrarão assuntos para comentar, opinar e dar foras. Não concordará com tudo para agradar, o que é mais gostoso, sua personalidade combativa, decidida, discordante não suporta fingimentos. Ao invés de brigar, irá sugerir soluções. Afinal, é o que faz todo dia. Não cobrará a ânsia de uma família, mas mostrará aos poucos o que é uma família. Será cautelosa com as dores e pródiga com as alegrias. Uma mulher com filhos é amorosa porque conhece a fundo a solidão para sair dela.
Fabro, querido, as mulheres solteiras que têm filhos agradecem penhoradamente.
PS: Tens programa pra hoje?!?
Falando sério agora. Desde que me tornei mãe, superei diversos desafios, aprendi muito e esses processos continuam. Porém, umas das coisas que eu ainda não consegui resolver muito bem é esse lance de namorar.
Toda vez que vou sair para uma balada, para encontrar amigos (se rolar aquele papo "bah, vou te apresentar um gatinho..."), eu fico me sentindo A culpa em pessoa. Aquela coisa de anjinho e diabinho no ombro. Um dizendo que eu tenho é que ficar em casa cuidando da minha filha, outro que eu sou gente e tenho mais é que me divertir. Só não sei bem quem diz o quê.
Eu sei, racionalmente, que eu não estou abandonando a minha filha sozinha em casa (como umas tipas por aí) já que ela fica ou com a avó ou com o pai, bem cuidada. Sei que eu estou fazendo tuco certo, que eu sou solteira e jovem e, como todo mundo, tenho direito à diversão e ao lazer. Eu sei tudo isso. Mas me dá uma certa angústia. Uma sensação de estar fazendo coisa errada. Se eu fico sabendo que Valentina acordou perguntando por mim, então... Não tenho deixado completamente de sair em função disso, mas preciso ficar me policiando para desencanar.
Well, go terapia, então...
sexta-feira, 23 de julho de 2010
O direito de chutar o balde
Uma pessoa comentou o post do Manual do Pai Solteiro - não posso dizer o nome da pessoa porque o post foi anônimo - que não concorda com uma parte do texto. Colo aqui um trecho do comentário: "Um dos itens é sobre manter o controle a todo custo na frente da criança. Me questiono até que ponto isso é válido, afinal, somos humanos. Então criar um filho escondendo dele nossos sentimentos,ou ensinando que não devemos nos expor, pois isso significa descontrole, pode criar uma bomba relógio. Ou então uma pessoa que jamais vai expor seus sentimenos porque isso não é "certo", pode se engessar emocionalmente. A criança, e nós mesmos, podemos e devemos extravazar".
Concordo que podemos extravazar. Mas eu entendo que o manual pede é que a gente não perca o controle com a criança, que procure não tornar o pouco tempo que pais solteiros passam com seus filhos - geralmente, menos tempo do que as duas partes gostariam - momentos em que a raiva e o estresse prevalesçam.
Penso que é possível um dos pais dizer: meu filho, papai/mamãe está cansado/irritado/com-dor-de-cabeça/chateado/com TPM/etc e gostaria de contar contigo para ficar melhor. Pronto, a criança vai entender que ali existe um ser humano e não foi preciso nenhum barraco. Sei lá se funciona, né, vou descobrir só na prática!
PS: Gostei que alguém tenha entrado aqui para discordar e debater com inteligência e respeito. Isso é saudável. Pena a pessoa não ter se identificado.
Concordo que podemos extravazar. Mas eu entendo que o manual pede é que a gente não perca o controle com a criança, que procure não tornar o pouco tempo que pais solteiros passam com seus filhos - geralmente, menos tempo do que as duas partes gostariam - momentos em que a raiva e o estresse prevalesçam.
Penso que é possível um dos pais dizer: meu filho, papai/mamãe está cansado/irritado/com-dor-de-cabeça/chateado/com TPM/etc e gostaria de contar contigo para ficar melhor. Pronto, a criança vai entender que ali existe um ser humano e não foi preciso nenhum barraco. Sei lá se funciona, né, vou descobrir só na prática!
PS: Gostei que alguém tenha entrado aqui para discordar e debater com inteligência e respeito. Isso é saudável. Pena a pessoa não ter se identificado.
Fogo amigo
Blog do comentarista Wianey Carlet trouxe este post nessa semana:
"Aonde pretendem chegar as torcidas Velha Escola e Geral do Grêmio? No penúltimo jogo no Olímpico, quase se arrebentaram brigando. Não satisfeitos com aquela demonstração de insanidade, continuam se desafiando. Será que estão em busca de mais mortes, como já aconteceu?
Se quisessem apenas torcer, as duas torcidas poderiam disputar qual faria melhor papel nas arquibancadas. Uma guerra de criatividade e animação resultaria em ganhos para o Grêmio. Entretanto, parece que pouco se importam com o clube. A prioridade é brigar, se agredir… Não sei como andam soltos."
Fico muito indignada quando leio notícias como essa. Ao invés de estimular seu time, de comemorar seus feitos (que tem sido zero nos últimos tempos, né...), esse povo fica se jurando de morte! Isso não é torcedor, é baderneiro, criminoso até.
Fico com vergonha de saber que torcem pelo mesmo time que eu. O Grêmio é maior que isso.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Um tapinha...
Um projeto de lei encaminhado hoje (14) ao Congresso Nacional pretende coibir palmadas, beliscões e outros castigos físicos aplicados pelos pais às crianças. Pelo projeto, "castigo corporal" e "tratamento cruel e degradante" passam a ser enquadrados como violação ao item do Estatuto da Criança e do Adolescente que fala de maus tratos mas não especifica os castigos.
A reportagem da Folha Cotidiano ouvir especialistas. "Nossa preocupação não é com a palmada. Nossa preocupação é com as palmadas reiteradas, e a tendência de que a palmada evolua para surras, queimaduras, fraturas, ameaças de morte", disse subsecretária de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Carmen Oliveira, da Secretaria de Direitos Humanos.
Acho delicada essa questão. Ninguém defende a palmada, até porque eu creio que pais e mães não batam nos filhos por acharem isso agradável. Não é. Mas, como mãe, garanto que, às vezes, ficamos sem saber como agir. Se uma criança já foi orientada, alertada verbalmente e colocada de castigo por causa de uma atitude errada, mas ainda assim insiste nela - geralmente, para testar os pais, coisa que fazem desde muito cedo - o que se faz?! Algumas raras vezes, já tive que dar uns petelequinhos na Valentina - nas pernas, de leve - e não me orgulho nem um pouco disso. E de novo pergunto: o que devemos fazer?
Claro que o nível de cansaço e estresse dos pais os tornam mais vulneráveis a apelar às palmadas. Como adultos, nós precisamos nos controlar e procurar compreender o que é da criança e o que é nosso. E geralmente é nosso: a criança usa comportamentos que sabe que são errados - bater no irmãozinho, mexer onde não pode, subir em móveis - para chamar a nossa atenção. Se nos mantivermos atentos a isso, será mais fácil contornar os problemas com as crianças. Falo isso por experiência própria. Sempre que a Valentina faz alguma coisa errada, tento identificar a motivação dela. E pode ser para que eu lhe dê atenção, pode ser para se exibir para alguma visita ou pura birra mesmo por ter sido repreendida. Compreendendo isso, na maioria absoluta das vezes, consigo fazê-la parar sem grandes dificuldades.
Mas, pra variar, descobri isso no velho método amigo dos pais: tentativa e erro. Não encontrei orientações em lugar nenhum e isso realmente poderia ser melhor. Encontram-se aos montes sites e livros que ajudam os pais a cuidar dos seus filhos, desde montar quartos para o bebê até preparar comidas gostosas e saudáveis. Mas orientação para os comportamentos - tipo Supernanny - vejo pouco, principalmente para crianças antes dos dois anos.
Essa lei, por exemplo, me parece uma daquelas normas bem-intencionadas, mas que precisam integrar um conjunto de ações para ter efeito prático. Existe algum local que oriente os pais, alguma cartilha, algum apoio?!!? Não, acabamos nos baseando nas experiências, próprias e alheias, para descobrir como agir com nossos filhos. E melhorar essa oferta de informação, especialmente entre as camadas mais carentes da população, poderia ser uma ação complementar à rede de proteção.
A reportagem da Folha Cotidiano ouvir especialistas. "Nossa preocupação não é com a palmada. Nossa preocupação é com as palmadas reiteradas, e a tendência de que a palmada evolua para surras, queimaduras, fraturas, ameaças de morte", disse subsecretária de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Carmen Oliveira, da Secretaria de Direitos Humanos.
Acho delicada essa questão. Ninguém defende a palmada, até porque eu creio que pais e mães não batam nos filhos por acharem isso agradável. Não é. Mas, como mãe, garanto que, às vezes, ficamos sem saber como agir. Se uma criança já foi orientada, alertada verbalmente e colocada de castigo por causa de uma atitude errada, mas ainda assim insiste nela - geralmente, para testar os pais, coisa que fazem desde muito cedo - o que se faz?! Algumas raras vezes, já tive que dar uns petelequinhos na Valentina - nas pernas, de leve - e não me orgulho nem um pouco disso. E de novo pergunto: o que devemos fazer?
Claro que o nível de cansaço e estresse dos pais os tornam mais vulneráveis a apelar às palmadas. Como adultos, nós precisamos nos controlar e procurar compreender o que é da criança e o que é nosso. E geralmente é nosso: a criança usa comportamentos que sabe que são errados - bater no irmãozinho, mexer onde não pode, subir em móveis - para chamar a nossa atenção. Se nos mantivermos atentos a isso, será mais fácil contornar os problemas com as crianças. Falo isso por experiência própria. Sempre que a Valentina faz alguma coisa errada, tento identificar a motivação dela. E pode ser para que eu lhe dê atenção, pode ser para se exibir para alguma visita ou pura birra mesmo por ter sido repreendida. Compreendendo isso, na maioria absoluta das vezes, consigo fazê-la parar sem grandes dificuldades.
Mas, pra variar, descobri isso no velho método amigo dos pais: tentativa e erro. Não encontrei orientações em lugar nenhum e isso realmente poderia ser melhor. Encontram-se aos montes sites e livros que ajudam os pais a cuidar dos seus filhos, desde montar quartos para o bebê até preparar comidas gostosas e saudáveis. Mas orientação para os comportamentos - tipo Supernanny - vejo pouco, principalmente para crianças antes dos dois anos.
Essa lei, por exemplo, me parece uma daquelas normas bem-intencionadas, mas que precisam integrar um conjunto de ações para ter efeito prático. Existe algum local que oriente os pais, alguma cartilha, algum apoio?!!? Não, acabamos nos baseando nas experiências, próprias e alheias, para descobrir como agir com nossos filhos. E melhorar essa oferta de informação, especialmente entre as camadas mais carentes da população, poderia ser uma ação complementar à rede de proteção.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Patriarcado da violência
O Caso Bruno é daqueles que surgem, de vez em quando, na nossa sociedade, para, pelo espanto e crueldade, nos chacoalhar deste estado de semi-consciência em que vivemos. Tal como Suzanne von Richthofen e os Nardoni, a violência atinge níveis insuportáveis, mesmo pra nós, acostumados aos roubos, homicídios e torturas com que os jornais nos brindam diariamente.
Abaixo, uma reflexão mais profunda sobre o sistema social que gera - ou revela - monstros como Bruno e seus comparsas.
Patriarcado da violência
http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,patriarcado-da-violencia,579311,0.htm
Texto de Debora Diniz
Eliza Samudio está morta. Ela foi sequestrada, torturada e assassinada. Seu corpo foi esquartejado para servir de alimento para uma matilha de cães famintos. A polícia ainda procura vestígios de sangue no sítio em que ela foi morta ou pistas do que restou do seu corpo para fechar esse enredo macabro. As investigações policiais indicam que os algozes de Eliza agiram a pedido de seu ex-namorado, o goleiro do Flamengo, Bruno. Ele nega ter encomendado o crime, mas a confissão veio de um adolescente que teria participado do sequestro de Eliza. Desde então, de herói e "patrimônio do Flamengo", nas palavras de seu ex-advogado, Bruno tornou-se um ser abjeto. Ele não é mais aclamado por uma multidão de torcedores gritando em uníssono o seu nome após uma partida de futebol. O urro agora é de "assassino".
O que motiva um homem a matar sua ex-namorada? O crime passional não é um ato de amor, mas de ódio. Em algum momento do encontro afetivo entre duas pessoas, o desejo de posse se converte em um impulso de aniquilamento: só a morte é capaz de silenciar o incômodo pela existência do outro. Não há como sair à procura de razoabilidade para esse desejo de morte entre ex-casais, pois seu sentido não está apenas nos indivíduos e em suas histórias passionais, mas em uma matriz cultural que tolera a desigualdade entre homens e mulheres. Tentar explicar o crime passional por particularidades dos conflitos é simplesmente dar sentido a algo que se recusa à razão. Não foi o aborto não realizado por Eliza, não foi o anúncio de que o filho de Eliza era de Bruno, nem foi o vídeo distribuído no YouTube o que provocou a ira de Bruno. O ódio é latente como um atributo dos homens violentos em seus encontros afetivos e sexuais.
Como em outras histórias de crimes passionais, o final trágico de Eliza estava anunciado como uma profecia autorrealizadora. Em um vídeo disponível na internet, Eliza descreve os comportamentos violentos de Bruno, anuncia seus temores, repete a frase que centenas de mulheres em relacionamentos violentos já pronunciaram: "Eu não sei do que ele é capaz". Elas temem seus companheiros, mas não conseguem escapar desse enredo perverso de sedução. A pergunta óbvia é: por que elas se mantêm nos relacionamentos se temem a violência? Por que, jovem e bonita, Eliza não foi capaz de escapar de suas investidas amorosas? Por que centenas de mulheres anônimas vítimas de violência, antes da Lei Maria da Penha, procuravam as delegacias para retirar a queixa contra seus companheiros? Que compaixão feminina é essa que toleraria viver sob a ameaça de agressão e violência? Haveria mulheres que teriam prazer nesse jogo violento?
Não se trata de compaixão nem de masoquismo das mulheres. A resposta é muito mais complexa do que qualquer estudo de sociologia de gênero ou de psicologia das práticas afetivas poderia demonstrar. Bruno e outros homens violentos são indivíduos comuns, trabalhadores, esportistas, pais de família, bons filhos e cidadãos cumpridores de seus deveres. Esporadicamente, eles agridem suas mulheres. Como Eliza, outras mulheres vítimas de violência lidam com essa complexidade de seus companheiros: homens que ora são amantes, cuidadores e provedores, ora são violentos e aterrorizantes. O difícil para todas elas é discernir que a violência não é parte necessária da complexidade humana, e muito menos dos pactos afetivos e sexuais. É possível haver relacionamentos amorosos sem passionalidade e violência. É possível viver com homens amantes, cuidadores e provedores, porém pacíficos. A violência não é constitutiva da natureza masculina, mas sim um dispositivo cultural de uma sociedade patriarcal que reduz os corpos das mulheres a objetos de prazer e consumo dos homens.
A violência conjugal é muito mais comum do que se imagina. Não foi por acaso que, quando interpelado sobre um caso de violência de outro jogador de seu clube de futebol, Bruno rebateu: "Qual de vocês que é casado não discutiu, que não saiu na mão com a mulher, né cara? Não tem jeito. Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher". Há pelo menos dois equívocos nessa compreensão estreita sobre a ordem social. O primeiro é que nem todos os homens agridem suas companheiras. Embora a violência de gênero seja um fenômeno universal, não é uma prática de todos os homens. O segundo, e mais importante, é que a vida privada não é um espaço sacralizado e distante das regras de civilidade e justiça. O Estado tem o direito e o dever de atuar para garantir a igualdade entre homens e mulheres, seja na casa ou na rua. A Lei Maria da Penha é a resposta mais sistemática e eficiente que o Estado brasileiro já deu para romper com essa complexidade da violência de gênero.
Infelizmente, Eliza Samudio está morta. Morreu torturada e certamente consciente de quem eram seus algozes. O sofrimento de Eliza nos provoca espanto. A surpresa pelo absurdo dessa dor tem que ser capaz de nos mover para a mudança de padrões sociais injustos. O modelo patriarcal é uma das explicações para o fenômeno da violência contra a mulher, pois a reduz a objeto de posse e prazer dos homens. Bruno não é louco, apenas corporifica essa ordem social perversa.
Outra hipótese de compreensão do fenômeno é a persistência da impunidade à violência de gênero. A impunidade facilita o surgimento das redes de proteção aos agressores e enfraquece nossa sensibilidade à dor das vítimas. A aplicação do castigo aos agressores não é suficiente para modificar os padrões culturais de opressão, mas indica que modelo de sociedade queremos para garantir a vida das mulheres.
DEBORA DINIZ É ANTROPÓLOGA E PROFESSORA DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
Abaixo, uma reflexão mais profunda sobre o sistema social que gera - ou revela - monstros como Bruno e seus comparsas.
Patriarcado da violência
http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,patriarcado-da-violencia,579311,0.htm
Texto de Debora Diniz
Eliza Samudio está morta. Ela foi sequestrada, torturada e assassinada. Seu corpo foi esquartejado para servir de alimento para uma matilha de cães famintos. A polícia ainda procura vestígios de sangue no sítio em que ela foi morta ou pistas do que restou do seu corpo para fechar esse enredo macabro. As investigações policiais indicam que os algozes de Eliza agiram a pedido de seu ex-namorado, o goleiro do Flamengo, Bruno. Ele nega ter encomendado o crime, mas a confissão veio de um adolescente que teria participado do sequestro de Eliza. Desde então, de herói e "patrimônio do Flamengo", nas palavras de seu ex-advogado, Bruno tornou-se um ser abjeto. Ele não é mais aclamado por uma multidão de torcedores gritando em uníssono o seu nome após uma partida de futebol. O urro agora é de "assassino".
O que motiva um homem a matar sua ex-namorada? O crime passional não é um ato de amor, mas de ódio. Em algum momento do encontro afetivo entre duas pessoas, o desejo de posse se converte em um impulso de aniquilamento: só a morte é capaz de silenciar o incômodo pela existência do outro. Não há como sair à procura de razoabilidade para esse desejo de morte entre ex-casais, pois seu sentido não está apenas nos indivíduos e em suas histórias passionais, mas em uma matriz cultural que tolera a desigualdade entre homens e mulheres. Tentar explicar o crime passional por particularidades dos conflitos é simplesmente dar sentido a algo que se recusa à razão. Não foi o aborto não realizado por Eliza, não foi o anúncio de que o filho de Eliza era de Bruno, nem foi o vídeo distribuído no YouTube o que provocou a ira de Bruno. O ódio é latente como um atributo dos homens violentos em seus encontros afetivos e sexuais.
Como em outras histórias de crimes passionais, o final trágico de Eliza estava anunciado como uma profecia autorrealizadora. Em um vídeo disponível na internet, Eliza descreve os comportamentos violentos de Bruno, anuncia seus temores, repete a frase que centenas de mulheres em relacionamentos violentos já pronunciaram: "Eu não sei do que ele é capaz". Elas temem seus companheiros, mas não conseguem escapar desse enredo perverso de sedução. A pergunta óbvia é: por que elas se mantêm nos relacionamentos se temem a violência? Por que, jovem e bonita, Eliza não foi capaz de escapar de suas investidas amorosas? Por que centenas de mulheres anônimas vítimas de violência, antes da Lei Maria da Penha, procuravam as delegacias para retirar a queixa contra seus companheiros? Que compaixão feminina é essa que toleraria viver sob a ameaça de agressão e violência? Haveria mulheres que teriam prazer nesse jogo violento?
Não se trata de compaixão nem de masoquismo das mulheres. A resposta é muito mais complexa do que qualquer estudo de sociologia de gênero ou de psicologia das práticas afetivas poderia demonstrar. Bruno e outros homens violentos são indivíduos comuns, trabalhadores, esportistas, pais de família, bons filhos e cidadãos cumpridores de seus deveres. Esporadicamente, eles agridem suas mulheres. Como Eliza, outras mulheres vítimas de violência lidam com essa complexidade de seus companheiros: homens que ora são amantes, cuidadores e provedores, ora são violentos e aterrorizantes. O difícil para todas elas é discernir que a violência não é parte necessária da complexidade humana, e muito menos dos pactos afetivos e sexuais. É possível haver relacionamentos amorosos sem passionalidade e violência. É possível viver com homens amantes, cuidadores e provedores, porém pacíficos. A violência não é constitutiva da natureza masculina, mas sim um dispositivo cultural de uma sociedade patriarcal que reduz os corpos das mulheres a objetos de prazer e consumo dos homens.
A violência conjugal é muito mais comum do que se imagina. Não foi por acaso que, quando interpelado sobre um caso de violência de outro jogador de seu clube de futebol, Bruno rebateu: "Qual de vocês que é casado não discutiu, que não saiu na mão com a mulher, né cara? Não tem jeito. Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher". Há pelo menos dois equívocos nessa compreensão estreita sobre a ordem social. O primeiro é que nem todos os homens agridem suas companheiras. Embora a violência de gênero seja um fenômeno universal, não é uma prática de todos os homens. O segundo, e mais importante, é que a vida privada não é um espaço sacralizado e distante das regras de civilidade e justiça. O Estado tem o direito e o dever de atuar para garantir a igualdade entre homens e mulheres, seja na casa ou na rua. A Lei Maria da Penha é a resposta mais sistemática e eficiente que o Estado brasileiro já deu para romper com essa complexidade da violência de gênero.
Infelizmente, Eliza Samudio está morta. Morreu torturada e certamente consciente de quem eram seus algozes. O sofrimento de Eliza nos provoca espanto. A surpresa pelo absurdo dessa dor tem que ser capaz de nos mover para a mudança de padrões sociais injustos. O modelo patriarcal é uma das explicações para o fenômeno da violência contra a mulher, pois a reduz a objeto de posse e prazer dos homens. Bruno não é louco, apenas corporifica essa ordem social perversa.
Outra hipótese de compreensão do fenômeno é a persistência da impunidade à violência de gênero. A impunidade facilita o surgimento das redes de proteção aos agressores e enfraquece nossa sensibilidade à dor das vítimas. A aplicação do castigo aos agressores não é suficiente para modificar os padrões culturais de opressão, mas indica que modelo de sociedade queremos para garantir a vida das mulheres.
DEBORA DINIZ É ANTROPÓLOGA E PROFESSORA DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
terça-feira, 29 de junho de 2010
Manual do pai solteiro
Esses dias, alguém me indicou, via twitter, um blog muito interessante, o Manual do pai solteiro. Tem umas dicas bem legais, tanto para os pais quanto para as mães, que, às vezes, não conseguem enxergar as coisas que os pais estão vendo (oi?).
O post mais recente dele é adorável, uns toques importantes para mostrar que para criar bem uma criança é preciso muito amor e boa vontade. E só. Confere:
10 dicas de um pai solteiro
Essas dicas me foram pedidas por uma jornalista. Acho que é meio que um resumo do blog.
. Para pais separados, não se refira à sua casa como sendo a casa do papai. Sempre como sendo a casa da criança e do papai. O mesmo vale para a casa da mãe. É da criança e da mamãe.
. Se tiver mais de quarenta, nunca contrate babás novinhas e gostosas. Se você for separado ou vira tortura ou confusão. Daí é problema na certa. Se for casado, pode levar um cascudo da patroa da primeira vez que ela lhe flagrar dando uma olhadela. Da segunda vez é rua pra coitada, que, mesmo sendo boa profissional, vai levar a culpa.
. Faça uma hortinha de ervas na área de sua casa ou apartamento, em jardineiras. Além de serem úteis na cozinha, estimulam as crianças a cuidarem de plantas. Manjericão, alecrim, erva-cidreira, sálvia, orégano e tomilho são bem fáceis de cultivar e tem aromas deliciosos. Minha filha fica toda feliz quando usamos em nossas pizzas o manjericão que ela ajudou a plantar e cuidar.
. Sempre confie no “sexto sentido” feminino, seja de sua mãe, mulher, ex, namorada ou filha.
. Ande sempre com uma caneta e uma dessas revistas de palavras cruzadas e outros jogos pra crianças no porta-luvas do carro. São bem mais estimulantes e inteligentes que joguinhos eletrônicos ou DVD’s portáteis e entretém do mesmo jeito. Dá pra você ver um jogo de futebol num bar com seu filho ou filha do lado numa boa. E permite alguma interação entre vocês.
. Se não der para aparecer no dia que você combinou com sua criança, ou se está muito atrasado, ligue e peça desculpas. Prova que isso não é a regra e sim a exceção.
. Engula todos os sapos possíveis e imploda os barracos que possam acontecer na frente de sua criança. Autocontrole se aprende em casa.
. Se você é pai solteiro não misture as coisas. Na hora em que você estiver com sua cria seja um adulto responsável. Quando não estiver seja o adolescente tardio que a gente adora ser. Viva os anos oitenta.
. Educar é amar. Aquele que não educa, corrige, castiga, ou é preguiçoso demais ou só pensa em si. É desgastante ter que parar o que se está fazendo para chamar a atenção de filho e é doído aplicar-lhe castigos. É difícil em determinados momentos ter que pensar em como falar tal coisa para que a mensagem gere atenção e seja entendida. Mas só fazendo isso você cria a ética do futuro adulto.
. Manifestações de carinho, presença e atenção para com os filhos são sim, provas de amor. Passeios de bicicleta, caminhadas no mato, viagens, piqueniques, geram laços eternos.
O post mais recente dele é adorável, uns toques importantes para mostrar que para criar bem uma criança é preciso muito amor e boa vontade. E só. Confere:
10 dicas de um pai solteiro
Essas dicas me foram pedidas por uma jornalista. Acho que é meio que um resumo do blog.
. Para pais separados, não se refira à sua casa como sendo a casa do papai. Sempre como sendo a casa da criança e do papai. O mesmo vale para a casa da mãe. É da criança e da mamãe.
. Se tiver mais de quarenta, nunca contrate babás novinhas e gostosas. Se você for separado ou vira tortura ou confusão. Daí é problema na certa. Se for casado, pode levar um cascudo da patroa da primeira vez que ela lhe flagrar dando uma olhadela. Da segunda vez é rua pra coitada, que, mesmo sendo boa profissional, vai levar a culpa.
. Faça uma hortinha de ervas na área de sua casa ou apartamento, em jardineiras. Além de serem úteis na cozinha, estimulam as crianças a cuidarem de plantas. Manjericão, alecrim, erva-cidreira, sálvia, orégano e tomilho são bem fáceis de cultivar e tem aromas deliciosos. Minha filha fica toda feliz quando usamos em nossas pizzas o manjericão que ela ajudou a plantar e cuidar.
. Sempre confie no “sexto sentido” feminino, seja de sua mãe, mulher, ex, namorada ou filha.
. Ande sempre com uma caneta e uma dessas revistas de palavras cruzadas e outros jogos pra crianças no porta-luvas do carro. São bem mais estimulantes e inteligentes que joguinhos eletrônicos ou DVD’s portáteis e entretém do mesmo jeito. Dá pra você ver um jogo de futebol num bar com seu filho ou filha do lado numa boa. E permite alguma interação entre vocês.
. Se não der para aparecer no dia que você combinou com sua criança, ou se está muito atrasado, ligue e peça desculpas. Prova que isso não é a regra e sim a exceção.
. Engula todos os sapos possíveis e imploda os barracos que possam acontecer na frente de sua criança. Autocontrole se aprende em casa.
. Se você é pai solteiro não misture as coisas. Na hora em que você estiver com sua cria seja um adulto responsável. Quando não estiver seja o adolescente tardio que a gente adora ser. Viva os anos oitenta.
. Educar é amar. Aquele que não educa, corrige, castiga, ou é preguiçoso demais ou só pensa em si. É desgastante ter que parar o que se está fazendo para chamar a atenção de filho e é doído aplicar-lhe castigos. É difícil em determinados momentos ter que pensar em como falar tal coisa para que a mensagem gere atenção e seja entendida. Mas só fazendo isso você cria a ética do futuro adulto.
. Manifestações de carinho, presença e atenção para com os filhos são sim, provas de amor. Passeios de bicicleta, caminhadas no mato, viagens, piqueniques, geram laços eternos.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Lindeza de colar
Estava eu lá no blog da Margaretss, olhando as coisas leeeandas que ela faz na casa dela e com vontade de ter uma casa e tempo e ideias pra fazer e fazer ela fazer, quando vi o bannerzinho da promoção do blog Coisas de Natalie de um colar. O blog é bem fofo, com um monte de mulherzices que a gente adora!!! Já tô seguindo!
Agora olha o colar! Cara, amei! Me inscrevi no sorteio, agora é torcer!!!
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Layout
Meritocracia: uma saída para a qualidade?!
Está em debate no RS a instituição de mecanismos de avaliação do trabalho dos educadores, atrelada a benefícios concedidos por mérito. Um sistema de meritocracia para a educação gaúcha.
Não conheço o projeto na íntegra, mas a discussão me lembra do tempo do colégio. Cursei o ensino médio em uma escola estadual de Porto Alegre e, oriunda da rede privada, ficava revoltada com o descaso daqueles professores com os alunos e o processo de aprendizagem. Salvo raras exceções, tínhamos aulas burocráticas, todas idênticas, sem interação, sem troca, sem estímulo. O que mais me doía era a frase recorrente dos "mestres": se não quiseres fazer/aprender, tudo bem, meu salário está garantido. Ei, não era isso que eu compreendia por educação!
Estava acostumada com professores preocupados em formar cidadãos. Com aulas diferentes, instigantes. Com saídas de campo para ver o mundo do lado de fora. Com visitas a museus, centros culturais, espaços de tecnologia, na companhia de professores empolgados com o que estávamos vendo, seguros do conteúdo. Lembro de alguns trabalhos de escola da 6ª, 7ª série até hoje.
Cadê, nos profissionais da rede pública, aquele brilho no olho quando ensina? Onde está a preocupação com o aluno que costumava tirar boas notas e, de repente, começa a cair de rendimento? Na escola pública, era só mais um...
Claro que o ensino não é uma mercadoria, que alguém tenha que bater meta de vendas. Mas qualidade é importante e precisa ser buscada tanto pelos governos quanto pelos profissionais - nem vou falar dos papel dos pais e dos alunos, isso exige um post exclusivo.
Oferecer incentivos para qualificação e ferramentas adequadas de trabalho dão ao governo a prerrogativa de exigir qualidade. Mas os dois lados precisam andar juntos. Sob pena de continuarmos tendo analfabetos funcionais e profissionais que só frequentam as escolas pelo parco salário do fim do mês.
Educação de qualidade é uma soma de diversos fatores - infraestrutura adequada, remuneração digna, qualificação dos profissionais, envolvimento da família, entre outros. Sintonizar todos eles é um desafio. E precisa começar por algum lugar.
Não conheço o projeto na íntegra, mas a discussão me lembra do tempo do colégio. Cursei o ensino médio em uma escola estadual de Porto Alegre e, oriunda da rede privada, ficava revoltada com o descaso daqueles professores com os alunos e o processo de aprendizagem. Salvo raras exceções, tínhamos aulas burocráticas, todas idênticas, sem interação, sem troca, sem estímulo. O que mais me doía era a frase recorrente dos "mestres": se não quiseres fazer/aprender, tudo bem, meu salário está garantido. Ei, não era isso que eu compreendia por educação!
Estava acostumada com professores preocupados em formar cidadãos. Com aulas diferentes, instigantes. Com saídas de campo para ver o mundo do lado de fora. Com visitas a museus, centros culturais, espaços de tecnologia, na companhia de professores empolgados com o que estávamos vendo, seguros do conteúdo. Lembro de alguns trabalhos de escola da 6ª, 7ª série até hoje.
Cadê, nos profissionais da rede pública, aquele brilho no olho quando ensina? Onde está a preocupação com o aluno que costumava tirar boas notas e, de repente, começa a cair de rendimento? Na escola pública, era só mais um...
Claro que o ensino não é uma mercadoria, que alguém tenha que bater meta de vendas. Mas qualidade é importante e precisa ser buscada tanto pelos governos quanto pelos profissionais - nem vou falar dos papel dos pais e dos alunos, isso exige um post exclusivo.
Oferecer incentivos para qualificação e ferramentas adequadas de trabalho dão ao governo a prerrogativa de exigir qualidade. Mas os dois lados precisam andar juntos. Sob pena de continuarmos tendo analfabetos funcionais e profissionais que só frequentam as escolas pelo parco salário do fim do mês.
Educação de qualidade é uma soma de diversos fatores - infraestrutura adequada, remuneração digna, qualificação dos profissionais, envolvimento da família, entre outros. Sintonizar todos eles é um desafio. E precisa começar por algum lugar.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Desmamando - parte II: O império contra-ataca!
E segiu o processo de desmame.
Durante a sexta-feira, a rotina foi igual ao dia anterior. Tudo sem problemas. E a noite chegou.
Rotininha básica: janta, brincadeira, banho, música, chá. E Valentina não quis o chá. Nem o leite. Coloquei o bico na boca, enrolei no cobertor e fiquei com ela no colo. Em 40 minutos, Valentina dormia. Vitória!? Pior que não.
Veio a madrugada. A mocinha acordou às 3h e pediu mamá. Eu não dei, ofereci chá, ela não quis. Chorou, chorou, chorou... Nossa, não vou nem entrar em detalhes que é pra não sofrer de novo. Mas ela chorou muito. Eu quase desisti. Só não o fiz por lembrar das recomendações do livro Segredos de uma Encantadora de Bebês, segundo o qual qualquer rotina precisa de três dias para que os bebês se acostumem. Como a Valentina tinha dormido só com o bico antes e ainda era o segundo dia, considerei isso um progresso e me mantive firme: sem amamentar.
Ela pediu uma "bolala" (=bolacha, biscoito), eu dei. Ela gritou mais um pouco pelo mamá. Minha mãe levantou da cama, me ajudou a preparar um chá e eu dei, insistentemente. E Valentina tomou. E dormiu. Claro que isso já era quase 5h da manhã.
Esse dia foi muito difícil. Ver a minha filha chorar é muito dolorido, por mais que eu soubesse que ela não estava com dor ou com fome, com nada físico. Era apenas uma vontade sua não atendida.
Minha mãe também ficou muito mal. Me pediu para desistir, que não aguentaria outra noite como essa. Me senti um lixo. Já me sinto mal por ter transformado a vida dela tão radicalmente com a chegada da Valentina, considerando que moramos com ela. Sem o apoio dela, fiquei bem perdida.
Passei a sexta-feira um fiapo humano. Tinha marcado horário para cortar o cabelo, mas nem isso me animou. Aliás, a bee estava meio atacada e não deixou meu cabelo como eu queria.
Ferramentas novas
Como não adiantava ficar choramingando, resolvi utilizar outras estratégias. Comprei a mesma marca de leite que a Valentina tomava na creche (onde ela toma liiitros de leite), comprei duas novas mamadeiras, com bico mais adequado, e ainda adquiri duas novas chupetas.
Minha mãe foi pro Litoral, o que foi ótimo, pois a ansiedade dela já estava me desestabilizando.
Seguimos nossa rotina noturna de jantar, brincar, tomar banho. Valentina pediu a música enquanto eu vestia o pijama, tomou a mamadeira de leite e dormiu. Acordou no meio da noite, pediu mamá, dei a mamadeira e ela voltou a dormir. Três vezes na madrugada!
PAUSA: Não pretendo dar leite para a guriazinha durante a madrugada forever. Como ela estava acostumada a acordar no meio da noite e ir direto para a amamentação, vamos tirar uma coisa de cada vez, né! DESPAUSA
E assim se seguiu dia após dia.
Aos poucos, fui tirando as mamadas da noite.
E a glória: uma noite dessas, ela ceio até mim e disse: "Mamãe, mamá naná" e foi correndo pro quarto dela!
A glória das glórias: essa noite, mamou antes de dormir e só acordou às 7h pedindo mamá!
Persistência e paciência são virtudes!!!
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Desmamando
Comecei nesta quarta-feira (26) a desmamar a Valentina. Esse é um processo que eu pretendia ter começado antes, mas sabia que seria difícil, então esperei estamos preparadas.
PAUSA A minha filha tem um ano e meio, mamou exclusimente no peito até os 5 meses, já come de tudo e mais a ração do gato. Conversei com as duas pediatras que a atendem - uma homeopata e uma tradicional - e ambas me apoiaram. Ou seja, se alguém entrar aqui para criticar a minha atitude, pode dar meia volta. Fiz isso conscientemente, após muito ponderação sobre prós e contras. E eu sei o que isso significa pra mim. DESPAUSA
O dia de desmame da Valentina começou às 8h, quando ela levantou, pediu o mamá e eu não dei. Disse que não tinha mamá e que tomaríamos outra coisa. Ela não deu muita bola - até porque eu já vinha tirando essa mamada da manhã - e tomou chá.
No carro, ela pediu de novo. Não sei qual é o dispositivo que tem na cabeça dela que diz que carro é lugar de mammar, mas é só ela entrar no carro e, pimba!, pede. Neguei de novo, mostrei os auaus na rua (que ela AMA) e o dia seguiu. Deixei-a na creche com um beijão estalado e tudo certo.
No fim da tarde, fui buscá-la na escolinha. De novo, ao entrar no carro ela pediu. Eu disse que não tinha mamá e ela novamente se distraiu com os cachorros, pombos e qualquer coisa que se mexesse do lado de lá da janela.
Mas a hora de dormir estava chegando. E eu ia lutando para não ficar ansiosa, tensa, tendo chilique ou seja lá o que é permitido às mães terem. O grande "problema" sempre foi a hora de dormir, porque Valentina encasquetava (oi? tenho 90 anos e digo encasquetar) de não dormir sem o leitinho da mamãe.
Brincamos muuuito, rimos muuuito, ela jantou. Fiz um balde de chá - há relatos do pai dela e da minha "assistente" terem conseguido fazê-la dormir com chá, tipo, uma vez cada um deles... - e deixei uma mamadeira de leite pronta.
Hora de ir para o quarto. Vou poupá-los das minúcias com um resumo: ficamos hoooras lá ouvindo "muca" do CD de nanar, conversando, brincando com os bicos (doiX, como ela diz) - bico, por aqui, é como se chama chupeta, tá.
Valentina pediu ainda mamá, eu disse que mamãe não tinha mais, ofereci na mamadeira (que ela só não cospiu fora porque é uma menina educada) e se acertou com o chá.
Isso deve ter durado umas duas horas e meia. Até que ela dormiu, tomando chá e segurando meu cabelo.
Vitória parcial, ainda tinha a madrugada
Minha filha sempre acorda uma vez na noite pra mamar. Dessa vez, acordou às 5h e começou tooooda a maratona de ouvir muca, brincar com os bicos, tirar meia, colocar meia, trocar fralda... Até que às 6h15min ela dormiu de novo, de novo tomando chá.
Bom, acho que foi um bom primeiro dia de desmame, apesar de eu estar um caco. Segurar aquela guriazinha fofa de 10kg por todo esse tempo me fez querer voar para a academia de novo! Brincadeiras à parte, vamos aguardar cenas dos próximos capítulos.
UPDATE: Segundo matéria do site www.guiadobebe.com.br, "a Organização Mundial de Saúde, a Sociedade Brasileira de Pediatria e os principais órgãos de saúde e defesa da criança recomendam alimentar o bebê exclusivamente com leite materno até os seis primeiros meses e continuar a amamentar até o primeiro ano da criança." Feito!!! Para ler a matéria toda, clica aqui.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Os políticos e o twitter
A politicada ainda não entendeu que os tempos mudaram, a ditadura - e a censura - acabaram, a internet é uma realidade e o que eles fazem É SIM da nossa conta?!?! Pois é, sr. Temer, está na hora de compreender isso.
Aliás, que bom que a internet está sendo usada para distribuir informação que, até então, ficava restrita ou precisava, necessariamente, passar pelo crivo de editores e chefes de redação.
E viva o Twitter!
Do Correio do Povo de hoje
Temer se irrita com deputado "twiteiro"
Uma reunião de líderes partidários com o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), para tratar da pauta de votações foi parar na Internet e deixou alguns parlamentares irritados. O deputado Capitão Assumção (PSB-ES) postou mais de 40 mensagens no Twitter, revelando o que cada líder falou a respeito da proposta de emenda à Constituição (PEC) que cria o piso salarial para policiais civis e militares. Por causa da indiscrição, Assumção foi advertido por Temer. "Isso não é útil para a harmonia da Casa", disse Temer.
Aliás, que bom que a internet está sendo usada para distribuir informação que, até então, ficava restrita ou precisava, necessariamente, passar pelo crivo de editores e chefes de redação.
E viva o Twitter!
Do Correio do Povo de hoje
Temer se irrita com deputado "twiteiro"
Uma reunião de líderes partidários com o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), para tratar da pauta de votações foi parar na Internet e deixou alguns parlamentares irritados. O deputado Capitão Assumção (PSB-ES) postou mais de 40 mensagens no Twitter, revelando o que cada líder falou a respeito da proposta de emenda à Constituição (PEC) que cria o piso salarial para policiais civis e militares. Por causa da indiscrição, Assumção foi advertido por Temer. "Isso não é útil para a harmonia da Casa", disse Temer.
segunda-feira, 8 de março de 2010
Um dia interessante
Muito tempo sem postar, céus! Bah, o twitter anda recebendo muito do meu texto e o pobre do bloguinho ficou abandonado. Mas eu prometi ontem pra Margaretss que eu ia escrever e cá estou.
Dia propício né?!
Li em algum site em homenagem ao Dia Internacional da Mulher que haveria um chat para debater como conciliar os papéis de mãe, esposa e profissional. Oi? Só eu senti falta de mais um pé dessa mesa - a MULHER fica onde? Sim, aquela mesma que faz a unha, visita as amigas, se cuida, compra, realiza vontades. Não precisa conciliar esta? E a filha - afinal, também temos que cuidar dos nossos pais, irmãos, etc.
O dia de hoje celebra mulheres corajosas e ousadas que lutaram pelo direito de trabalhar e de ser respeitadas. Tenho lido muito - principalmente, desde que sou mãe - que o nosso grande desafio é conciliar todas as mulheres que precisamos ser. Será que a nossa grande luta nesta primeira metade do século XXI vai ser agradar a todos?
Não, obrigada. Sou a mãe que me esforço pra ser, a mulher que consigo, a profissional possível. Desde que a graninha esteja na conta, a minha filha cuidadinha e feliz e eu goste do que vejo no espelho (pelo menos, na maioria dos dias), minha consciência já está tranquila.
Penso que existem questões mais coletivas nos esperando. Como diminuir a diferença de salário entre nós e os homens? Como aumentar a nossa participação na política e nas corporações? Como diminuir o preconceito em tantos lugares onde ele ainda finca o pé? Como diminuir a nossa própria cobrança pelo corpo perfeito? Como fazer nossas filhas não acharem que ser mulher-fruta é legal? Como tratar os homens direito: nem como senhores, nem como escravos - mas como homens, simples e divinamente homens?
É, meninas. Vamos trabalhar porque ainda temos muito pra resolver. Com todo o poder da unha pintada e do salto alto, néam?! ;-)
PS: Dispenso o parabéns pelo dia, tá. A batalha é cotidiana.
Dia propício né?!
Li em algum site em homenagem ao Dia Internacional da Mulher que haveria um chat para debater como conciliar os papéis de mãe, esposa e profissional. Oi? Só eu senti falta de mais um pé dessa mesa - a MULHER fica onde? Sim, aquela mesma que faz a unha, visita as amigas, se cuida, compra, realiza vontades. Não precisa conciliar esta? E a filha - afinal, também temos que cuidar dos nossos pais, irmãos, etc.
O dia de hoje celebra mulheres corajosas e ousadas que lutaram pelo direito de trabalhar e de ser respeitadas. Tenho lido muito - principalmente, desde que sou mãe - que o nosso grande desafio é conciliar todas as mulheres que precisamos ser. Será que a nossa grande luta nesta primeira metade do século XXI vai ser agradar a todos?
Não, obrigada. Sou a mãe que me esforço pra ser, a mulher que consigo, a profissional possível. Desde que a graninha esteja na conta, a minha filha cuidadinha e feliz e eu goste do que vejo no espelho (pelo menos, na maioria dos dias), minha consciência já está tranquila.
Penso que existem questões mais coletivas nos esperando. Como diminuir a diferença de salário entre nós e os homens? Como aumentar a nossa participação na política e nas corporações? Como diminuir o preconceito em tantos lugares onde ele ainda finca o pé? Como diminuir a nossa própria cobrança pelo corpo perfeito? Como fazer nossas filhas não acharem que ser mulher-fruta é legal? Como tratar os homens direito: nem como senhores, nem como escravos - mas como homens, simples e divinamente homens?
É, meninas. Vamos trabalhar porque ainda temos muito pra resolver. Com todo o poder da unha pintada e do salto alto, néam?! ;-)
PS: Dispenso o parabéns pelo dia, tá. A batalha é cotidiana.
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