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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

De volta

Tô precisando escrever. Expôr. Jogar pra fora. Só o Facebook tá pouco.
Bora tirar o bloguito dessa preguiça!

Marla Gass
escrevendo...

terça-feira, 21 de maio de 2013

Uma máscara pra mim

"Sabe aquilo que falam, na hora do voo, que, se acontecer uma pane, primeiro coloque a máscara de oxigênio em você e depois na criança? Eu sempre pensava: “Por que não antes na criança?”. Depois é que percebi: se o adulto não está bem, como vai cuidar da criança? Eu ainda estou na busca de colocar a máscara primeiro em mim. Quando você quer dar conta de tudo, quer é não fazer feio para os outros. Acontece que às vezes faz feio para você mesma" - Laís Bodanski

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Blogagem coletiva – Os desafios de ser Mãe Solteira

(Ai, “mãe solteira” eu acho tãããão década de 50 do século passado. Mas, na falta de expressão mais eficiente, vai essa mesmo...)

Praticamente toda mãe que eu conheço é um ser que convive com a culpa e com as dúvidas. A culpa de não estar fazendo tudo que podia, de trabalhar fora, de não trabalhar fora, por ter tido outro filho e não dar atenção ao primeiro, por não ter tido outro filho e não ter dado um companheiro para o primogênito, etcetcetc. E as dúvidas sobre o choro, a escolinha correta, a melhor babá, a hora de repreender, a hora de dar colo e mais um bilhão que eu nem vou listar aqui porque não caberia –  sempre tem uma nova!

E temos os dilemas da Mãe Solteira.

A mãe solteira convive com todas essas culpas e ainda a de não oferecer a família Doriana para seu filho – mesmo que isso nem seja “culpa” dela. E mais tudo que isso acarreta: as decisões tomadas sozinha, a falta de colo para ela própria, a responsabilidade por TUDO que envolve a criança, desde fazer até carregar as malas numa viagem, por exemplo. E isso cansa um pouco. Mentira, isso cansa muito.

PAUSA: No mundo perfeito da minha cabecinha, um casamento é uma relação de apoio, troca e companheirismo. Portanto, nele, as decisões sobre a cria são tomadas pelo casal, o pai e a mãe são marido e mulher ainda, se apoiando, se ajudando, se agarrando quando dá (ops!). Se no seu casamento não é assim, desculpaê, não é nada pessoal. Nunca casei, então me dou o direito de viajar. DESPAUSA

Ainda tem os conflitos internos. Sair pra balada enquanto meu filho fica com babá ou avó é legal? E namorar, dá? Será que não seria melhor relevar tudo e ficar com o pai da cria para que ele cresça com os dois juntos, próximos, presentes? Mas será que vale sacrificar a felicidade da mãe por uma escolha que, de fato, não se sabe onde vai dar? Uma criança pode conviver com uma mãe que não se realiza?

Pensando em tudo isso, estabeleci comigo alguns parâmetros. E é dentro deles que norteio as minhas decisões sobre as coisas do dia a dia. Parâmetro 1: minha filha precisa de uma mãe feliz e realizada – ou realizando-se. Partindo disso, sei que trabalhar é uma condição inegociável para mim, não só pela grana, mas também porque eu ADORO trabalhar fora. Ainda que canse, que tenha vezes em que eu prefira ficar em casa enroscada na minha gatinha. Ao colocar na balança, o saldo é positivo. Parâmetro 2: tempo com a Valentina precisa ser dela. Logo, ir pra balada com ela em casa, para no dia seguinte eu estar um caco e não conseguir dar atenção pra ela, NÃO ROLA. Sim, só saio quando a Valentina está na casa do pai dela. E isso me deixa mais tranqüila pra sair sem culpa porque sei que ela está com a única pessoa que é tão responsável por ela quanto eu, alguém que cuida dela direitinho e com quem ela gosta de estar.

Relacionamentos rendem um post específico. Claro que, para estar comigo, o cidadão precisa saber e compreender que a Valentina é a prioridade das prioridades. Graças aos céus, os tempos e os homens estão evoluindo e eu não tenho visto grandes dificuldades com relação a isso. Aquele papo de que mãe solteira é a escória dos relacionamentos é tão década de 50 do século passado quanto a própria expressão.

Well... Ser mãe é um desafio. Para as bem casadas, as mal casadas, as viúvas, as solteiras, as separadas. E é um delicioso desafio porque traz delícias em maior proporção. E, no fim, é isso que vale. A gente se descabela, chora no ombro das amigas mais experientes (né, Tati Passagem), ri com as que estão na mesma fase (c/c Vanessa Ardisson e Tenikey) e até se dá o luxo de aconselhar as que estão começando. Como tudo que essa mulherada faz: de salto alto e cheias de amor!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Viajar com filha - destino: São Lourenço do Sul

Viajar com minha filha é sempre um desafio. Requer planejamento, jogo de cintura e vontade de relaxar! Geralmente, tem muita coisa pra carregar e, por mais que eu costume viajar com a minha mãe junto, ela é uma senhora já. Portanto, a carregadora oficial de malas e apetrechos sou eu.

Valentina está com praticamente três anos. Não usa mais fralda, toma leite de caixinha ou em pó. Isso tudo reduz a quantidade de bagagem. Por outro lado, tem 253 bonecas, bonequinhos, carrinhos, bolas e afins de que não se separa. E, nos últimos tempos, ainda ganhou um laptop da "Báibi", como ela chama.

Neste feriadão, fomos as três para São Lourenço do Sul, cidade a 190 quilômetros de Porto Alegre em direção ao sul do Estado. Banhada pela lagoa dos Patos, integra a Costa Doce, região de praias da própria lagoa.

Acompanhem os desafios e as escolhas. Bon voyage!

O hotel

A escolha do hotel é fundamental para garantir a tranquilidade de uma viagem com criança. Escolhi uma pousada com bangalô, piscina, muita área verde e uma pequena pracinha, chamado Hotel Pousada Verde Água.

O detalhe que me desagradou quando cheguei lá foi o fato de não ter cerca em volta das piscinas. Valentina até é bem disciplinada com relação aos perigos, mas precisei, em alguns momentos, mantê-la dentro do bangalô, com a porta fechada, para garantir sua segurança.

Apetrechos

Como todo hotel tem frigobar, optei por levar algumas coisinhas para o lanche da Valentina - apenas o café da manhã era no hotel. Leite, danoninho, biscoitos, pãezinhos e frutas ficaram lá na geladeirinha, à nossa disposição. E foram bastante utilizados!

Como haveria uma viagem de três horas de carro e algumas noites sem programações de passeio, gravei alguns filmes no meu netbook. Ela não viu  no carro porque dormiu na ida e na volta - graças! O que não me livrou dos 245 replays de "Os Smurfs", mas ainda acredito que foi uma boa ideia.

Trajeto

Três horas de viagem. Pra mim, tranquilo - já viajei 40! Mas sabia que pra Valentina seria chato. Por isso, programei a hora de pegar a estrada conforme a hora da soneca dela da tarde. Assim, garanti que pelo menos uma parte desse período ela ficaria dormindo. Na volta, ela acordou cerca de 1h antes de chegarmos em casa. Aí, tinha música, bonecas e biscoitos pra ela se distrair. Tudo tranquilo (exceto o fato da minha mãe ter apertado o próprio dedo na porta quando paramos para ir ao banheiro, mas não foi nada de grave, só o susto).

Valentina fez amiguinhos, se divertiu, tirou fotos e nós conhecemos um lugar fofíssimo, aonde quero voltar. A viagem foi um presente meu de aniversário para a minha mãe. E ela me garantiu, na volta, que amou! E cheguei à conclusão de que viajar com criança requer, antes de qualquer coisa, disposição! ;-)

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Ninguém?! Não. Comigo.

Faz um tempo que me pergunto porque namorei tão pouco. Não, não que eu tenha ficado sozinha durante muitos anos, mas tive poucos namorados, de apresentar para os pais e levar nas festas de família.
Lendo este texto, da ótima Tati Bernardi, acho que entendi.

Ninguém

Sapato baixo, calça larga e cabelo preso. Esquentou e seus ombros tensos agradecem. Que cara bonita é essa? Já logo no elevador. Ah, devo ter dormido bem. Bom dia, bom dia. Olha, você está muito bonita hoje. Um fala, outro concorda. E pelos corredores, sorrisos dão continuidade aos elogios. O que é?
Que segredo ela guarda? Que novidade é essa? Na cozinha perguntam: novo amor? No estacionamento perguntam: voltou com alguém? No restaurante, na hora do almoço: é alguém novo? Cruza com um namorado antigo "nossa, você tá muito... é o quê? Sexo? A noite toda? Conta, vai, eu agüento ouvir". Contar o quê? No espelho, enquanto escova os dentes, fecha os olhos e sabe pra si o segredo: ninguém. Não gostar de ninguém.
Nada. Nem um restinho de nada. Nem de tudo que acabou e nem de nada que possa começar. Nada. Pouco importa qualquer outra vida do mundo. Não é nem pouco, é nada mesmo. Um dia inteiro para achar gostosas coisas bobas como um pacote de pipoca doce, um tênis pink ou a hora do banho quente com músicas recém baixadas e o tapetinho vermelho. Um dia inteiro sem escravidão. O celular, o e-mail, o telefone de casa, o ar, o interfone, a rua. São o que são e não carrascos que nada dizem e nada trazem. Um coração calmo, se ocupando de mandar sangue para as horas felizes de trabalho, estudo, yoga, massagem, dormir, bobeiras, pilates, comer, rir, cabelo, filmes, comprar, trabalhar mais, ler, amigos . É isso. Uma agenda enorme que a ocupa de ser ela e não sobra uma linha de dia pra lamentar existências alheias. Linda, ela segue.
Linda e feliz como nunca. O segredo do espelho, escovando os dentes, sozinha, aperta os olhos, segura a alma um pouco sem respirar. Segura a pasta pensando que é um pouco de alma consistente na boca. Não cospe, suporte. Ela pode finalmente suportar seu peso e não dividir isso nem com o ventinho que entra pela janela. Nem com o ralo que a espera boquiaberto. A sensação é a da manhã seguinte que o papai Noel deixava os presentes: não é mentira, é só um jeito de contar a verdade com algum encantamento.

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