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domingo, 23 de janeiro de 2011

Os donos da rua


Precisei ir a um compromisso na Assembleia Legislativa do Estado nesta sexta-feira (21), na hora do almoço. Fui de carro, já que às sextas-feiras o trânsito consuma ser tranquilo pelas redondezas. Eu disse "costuma".

Um lado da Praça da Matriz - onde se localiza a ALERGS - tem proibição de estacionar, por ser ponto de táxi e de ônibus. Mas ainda havia três lados!

Fui direto pra uma área em frente à Catedral, onde há uma placa informando que são permitidos apenas carros oficiais. Como já fiquei dezenas de vezes ali, com carro oficial, sem ter onde estacionar em função das dezenas de carros particulares, sabia que a placa era solenemente ignorada. Qual foi a minha surpresa quando um agente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) - os populares azuizinhos - não me deixou pôr o carro ali e nem passar para tentar encontrar outra vaga. Bom, versada nas artes da lábia, convenci o moço a, pelo menos, me deixar passar.

OK, vamos procurar uma vaga em frente ao Theatro São Pedro. Ali, a despeito de todas as vagas estarem desocupadas, caminhões da Brigada Militar, do Exército, ambulância e o que mais se puder imaginar de aparato militar impediam a aproximação.

Questinando um cidadão que se apresentou muito cheio de poderes, o rapaz fardado me explica que o espaço está bloqueado por uma questão de segurança nacional, visto que o vice-presidente da República encontra-se próximo (descobri depois que o Michel Temer estava na Assembleia recebendo uma medalha que tenho minhas dúvidas sobre o mérito, enfim...).

Enquanto eu fazia um milhão de perguntas, o tal fardado ameaça me prender por desacato à autoridade! Eles tomam conta da rua, não fazem nenhuma sinalização nem próximo ao local, e o cidadão que paga seus impostos - e, consequentemente, o salário daqueles todos - não pode sequer ser informado do que está acontecendo!

Fiquei muito indignada. OK que o vice-presidente precise de medidas de segurança - deve ter mesmo um monte de gente querendo atirar uma bomba nele, ainda mais depois de conhecerem a "viúva" -, mas o resto do mundo não pode parar por isso. É muito complicado colocar um agente orientando as pessoas?! Custava um mínimo de preocupação com quem não estava ali a passeio?!

sábado, 22 de janeiro de 2011

Blogagem coletiva - esmalte da semana: ROSA

ADOREI quando a @fernandareali comentou que o esmalte da blogagem coletiva era rosa. Tenho diversos tons - dos meigos Rosa Floral e Rosa Antigo, passando pelos avermelhados como Maria Flor e Grão de Café, até uns mais fiasquentos, tipo o Pop e Amor de Verão.

Como estamos no verão e eu estou, digamos assim, em "férias forçadas", resolvi colocar uma cor bem alegre, até para contrastar com o cinza deste fim de semana de chuva. Entre os meus candidatos, estavam Pop (Risqué), Rosa Pink (Colorama) e Amor de Verão (Impala).

Já que Valentina escolheu para as unhas dela o Rosa Pink, resolvi experimentar o Pop, único da coleção Pop4You da Risqué que eu ainda não tinha provado. Ficou assim:

Para ver mais unhas cor-de-rosa, é só ir lá no blog da Fernanda Reali!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Podia ser com a minha família


Uma mulher está em uma festinha de verão, numa sede campestre qualquer, em um capital qualquer desse país. Viúva, 36 anos, cuida sozinha das duas filhas, de dez e seis anos, além de ser diretora de uma boa escola da cidade. Na festa, está acompanhada das filhas e mais alguns parentes. A menina mais velha brinca com outras crianças, até que jogam - por acidente ou naquelas brincadeiras idiotas de criança - areia em seus olhos. Ela corre para a mãe. Junta-se uma tia, também pedagoga, e vão levá-la ao Banco de Olhos para limpar melhor e garantir que não haja danos. No carro de trás, o restante da família: o marido da tia, a irmã da menina...
Uma mãe em alta velocidade. Uma filha que provavelmente chorava. Uma avenida recentemente recapeada. Curva acentuada. Poste e muro. Um carro entre eles. Duas pessoas arremessadas pela janela. Um presa nas ferragens. E três vidas vão embora.

Essa história aconteceu, mais ou menos assim, em Porto Alegre no último domingo (09). A foto é de como ficou o carro. Passei pelo local do acidente por acaso, logo após terem retirado os corpos. Em casa, à noite, via internet, descobri do que se tratava. E meu coração ficou pequeninho. Quantas de nós, mães, dirigiram de maneira imprudente para atender a um filho?! Quantas vezes dirigimos com filhos chorando, qualquer que fosse a causa do choro, desviando nossa atenção do trânsito?

Lá em casa, esse acidente serviu de alerta. Não importa o que há dentro do carro, o que há no nosso destino, o que há na nossa cabeça. Tudo pode esperar para chegarmos vivas e inteiras.

PS: O post é meio drámatico. Mas essa história não me saiu da cabeça. Pra completar, minha mãe entrou em um engavetamento com mais quatro carros na terça-feira (11). Só não teve consequências piores para ela porque, lembrando da história das duas professoras, ela resolveu se lixar pro atraso e dirigir com cautela. O carro ficou destruído na frente e atrás, está na oficina, seguro cobrindo tudo. Foram 9 pessoas, 5 carros e nenhum arranhão. Obrigada, Deus. Entendemos o recado.

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