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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Viajar com filha - destino: São Lourenço do Sul

Viajar com minha filha é sempre um desafio. Requer planejamento, jogo de cintura e vontade de relaxar! Geralmente, tem muita coisa pra carregar e, por mais que eu costume viajar com a minha mãe junto, ela é uma senhora já. Portanto, a carregadora oficial de malas e apetrechos sou eu.

Valentina está com praticamente três anos. Não usa mais fralda, toma leite de caixinha ou em pó. Isso tudo reduz a quantidade de bagagem. Por outro lado, tem 253 bonecas, bonequinhos, carrinhos, bolas e afins de que não se separa. E, nos últimos tempos, ainda ganhou um laptop da "Báibi", como ela chama.

Neste feriadão, fomos as três para São Lourenço do Sul, cidade a 190 quilômetros de Porto Alegre em direção ao sul do Estado. Banhada pela lagoa dos Patos, integra a Costa Doce, região de praias da própria lagoa.

Acompanhem os desafios e as escolhas. Bon voyage!

O hotel

A escolha do hotel é fundamental para garantir a tranquilidade de uma viagem com criança. Escolhi uma pousada com bangalô, piscina, muita área verde e uma pequena pracinha, chamado Hotel Pousada Verde Água.

O detalhe que me desagradou quando cheguei lá foi o fato de não ter cerca em volta das piscinas. Valentina até é bem disciplinada com relação aos perigos, mas precisei, em alguns momentos, mantê-la dentro do bangalô, com a porta fechada, para garantir sua segurança.

Apetrechos

Como todo hotel tem frigobar, optei por levar algumas coisinhas para o lanche da Valentina - apenas o café da manhã era no hotel. Leite, danoninho, biscoitos, pãezinhos e frutas ficaram lá na geladeirinha, à nossa disposição. E foram bastante utilizados!

Como haveria uma viagem de três horas de carro e algumas noites sem programações de passeio, gravei alguns filmes no meu netbook. Ela não viu  no carro porque dormiu na ida e na volta - graças! O que não me livrou dos 245 replays de "Os Smurfs", mas ainda acredito que foi uma boa ideia.

Trajeto

Três horas de viagem. Pra mim, tranquilo - já viajei 40! Mas sabia que pra Valentina seria chato. Por isso, programei a hora de pegar a estrada conforme a hora da soneca dela da tarde. Assim, garanti que pelo menos uma parte desse período ela ficaria dormindo. Na volta, ela acordou cerca de 1h antes de chegarmos em casa. Aí, tinha música, bonecas e biscoitos pra ela se distrair. Tudo tranquilo (exceto o fato da minha mãe ter apertado o próprio dedo na porta quando paramos para ir ao banheiro, mas não foi nada de grave, só o susto).

Valentina fez amiguinhos, se divertiu, tirou fotos e nós conhecemos um lugar fofíssimo, aonde quero voltar. A viagem foi um presente meu de aniversário para a minha mãe. E ela me garantiu, na volta, que amou! E cheguei à conclusão de que viajar com criança requer, antes de qualquer coisa, disposição! ;-)

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Ninguém?! Não. Comigo.

Faz um tempo que me pergunto porque namorei tão pouco. Não, não que eu tenha ficado sozinha durante muitos anos, mas tive poucos namorados, de apresentar para os pais e levar nas festas de família.
Lendo este texto, da ótima Tati Bernardi, acho que entendi.

Ninguém

Sapato baixo, calça larga e cabelo preso. Esquentou e seus ombros tensos agradecem. Que cara bonita é essa? Já logo no elevador. Ah, devo ter dormido bem. Bom dia, bom dia. Olha, você está muito bonita hoje. Um fala, outro concorda. E pelos corredores, sorrisos dão continuidade aos elogios. O que é?
Que segredo ela guarda? Que novidade é essa? Na cozinha perguntam: novo amor? No estacionamento perguntam: voltou com alguém? No restaurante, na hora do almoço: é alguém novo? Cruza com um namorado antigo "nossa, você tá muito... é o quê? Sexo? A noite toda? Conta, vai, eu agüento ouvir". Contar o quê? No espelho, enquanto escova os dentes, fecha os olhos e sabe pra si o segredo: ninguém. Não gostar de ninguém.
Nada. Nem um restinho de nada. Nem de tudo que acabou e nem de nada que possa começar. Nada. Pouco importa qualquer outra vida do mundo. Não é nem pouco, é nada mesmo. Um dia inteiro para achar gostosas coisas bobas como um pacote de pipoca doce, um tênis pink ou a hora do banho quente com músicas recém baixadas e o tapetinho vermelho. Um dia inteiro sem escravidão. O celular, o e-mail, o telefone de casa, o ar, o interfone, a rua. São o que são e não carrascos que nada dizem e nada trazem. Um coração calmo, se ocupando de mandar sangue para as horas felizes de trabalho, estudo, yoga, massagem, dormir, bobeiras, pilates, comer, rir, cabelo, filmes, comprar, trabalhar mais, ler, amigos . É isso. Uma agenda enorme que a ocupa de ser ela e não sobra uma linha de dia pra lamentar existências alheias. Linda, ela segue.
Linda e feliz como nunca. O segredo do espelho, escovando os dentes, sozinha, aperta os olhos, segura a alma um pouco sem respirar. Segura a pasta pensando que é um pouco de alma consistente na boca. Não cospe, suporte. Ela pode finalmente suportar seu peso e não dividir isso nem com o ventinho que entra pela janela. Nem com o ralo que a espera boquiaberto. A sensação é a da manhã seguinte que o papai Noel deixava os presentes: não é mentira, é só um jeito de contar a verdade com algum encantamento.

domingo, 26 de junho de 2011

Momento mulherzinha: esmalte da semana


A Fernanda Reali é uma fofa, que organiza a blogagem coletiva dos esmaltes.
O desafio da Fer pra essa semana era esmalte + livro, porque não basta estar linda por fora, tem que estar por dentro também.

Estou usando nas unhas o Inocense, da Impala, um lilás meigo porque eu estou numa vibe meiga. O livro é o que eu que eu acabei de começar a ler, Vozes da Legalidade - Política e Imaginário na Era do Rádio, de Juremir Machado da Silva.

O livro conta como aconteceu o Movimento pela Legalidade, que garantiu, há 50 anos, a posse do então vice-presidente do Brasil, João Goulart, na Presidência, deixada vaga com a renúncia de Jânio Quadros. O governador do Rio Grande do Sul à epoca, Leonel Brizola, correligionário e cunhado de Jango, enfrentou os militares e montou uma rede de rádio, a partir dos porões do Palácio Piratini (sede do governo gaúcho), conclamando a população a não aceitar outra atitude que não a posse de Jango. Um momento marcante da história republicana do Brasil.

Lá no blog da Fer tem outros livros e esmaltes, confere lá!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Na selva

Manhã de segunda-feira, início de uma semana curtinha, dia nublado. Não sabia que me depararia com momento de falta de civilidade tão absurdo - como é absurda toda falta de civilidade.

Peguei minha lotação, como de costume. Faltando uns 10min para chegar ao meu destino, motorista da lotação tenta ultrapassar um Uno branco, que trafegava lentamente no meio da pista. Uno não dá o lado para a lotação. Lotação da sinal de luz. Nada. No próximo cruzamento, Uno corta a frente da lotação, parando no meio da rua. Motorista desce enfurecido, perguntando "pq está com tanta pressa?!". Ora, lotação tem hora para chegar e sair, não parece óbvio?! E começou o bate-boca. Eu ainda tentei dizer algo lógico, para que a civilidade prevalecesse: "ai, desvia desse doente e toca o barco, precisamos trabalhar". Solenemente ignorada.

Motorista do Uno do lado de fora, motorista da lotação do lado de dentro. Quando o da lotação levantou com o extintor de incêndio na mão, eu me assustei. Parecia cena de filme, surreal. Ele mesmo se deu conta do que poderia acontecer se usasse o extintor. Desistiu. Pegou um capacete que tinha ao lado do seu banco. E já desceu da lotação batendo.

Dois homens adultos engalfinhados no meio da rua, feito dois moleques. Porque um tentara passar pelo outro na rua. Pessoas como essas, se têm armas, atiram.

Enquanto eles se batiam, a outra passageira ligou para a Brigada Militar. Antes que chegasse, cinco cidadãos que assistiam à cena conseguiram separá-los. Motorista do Uno entrou em seu carro e foi embora. Motorista da lotação retomou a direção e seguiu seu caminho. Ambos amarrotados, sujos, tendo batido e apanhado. Será que se sentiram melhores?

Eu não. Me senti na selva. Não consegui sequer reagir à briga, de tão estupefata fiquei. Como é que dois seres humanos adultos praticam tamanha sandice, por motivo tão banal?! Como é que se agarram a socos e pontapés apenas porque estavam com pressa para chegar a algum lugar?! Como é que o trânsito vai funcionar se abriga selvagens como esses?!

E o pior: um deles é motorista P-R-O-F-I-S-S-I-O-N-A-L. Ou seja, está todos os dias nas ruas, sujeito a ser provocado, fechado, ultrapassado e etc. E como ficamos nós, passageiros, diante de tamanho descontrole?! E se o motorista do Uno tivesse uma arma? Eu estava sentada em frente à porta, confesso que fiquei com medo de ser atingida durante a briga.

Como minha obrigação de cidadã, registrei queixa sobre a atitude do motorista da lotação, que não poderia, de forma nenhuma e sob pretexto nenhum, ter aceito a provocação do outro. Provavelmente não dará em nada. Fica aqui o meu registro. E o meu protesto.

UPDATE
A Porto Seguro Seguros está fazendo a campanha Trânsito mais gentil. Muito apropriado. Muitos acidentes seriam evitados se as pessoas fosse apenas mais gentis umas com as outras, sem competir. Informações aqui.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Dia do Jornalista - parte 1

Esse blog anda desatualizado, eu sei. Há vários textos começados, uma hora eu termino.
Mas não vai ser hoje. Eu PRECISO compartilhar um e-mail que eu recebi hoje, 7 de abril, Dia do Jornalista. E ele não cabia no twitter!

Parabéns pelo dia do jornalista. Para mim tu és a jornalista!
Tenho muito orgulho da profissional das palavras e das letras que tu és. Continua. Vá em frente que a luta vai ficando mais difícil mas também as vitórias são mais compensadoras. Eu sempre aprendo contigo!
Gosto da tua pose, do teu texto, da tua segurança, da tua cultura e do teu conhecimento. Que bom que te ofereci revistinhas da Mônica....

Um grande beijo.
Sou tua fá numero um!

Mãe


Não é de chorar de fofo?!
Mãe, certamente és a minha maior incentivadora. Sempre. E sei que o hábito de ler jornais, revistas, livros e tudo que caísse na minha mão - fundamental para o exercício da profissão - adquiri contigo. Também o hábito de ser interessada, disposta para o trabalho, gentil no trato com os colegas e clientes. E muito outros hábitos. Muito obrigada.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Os donos da rua


Precisei ir a um compromisso na Assembleia Legislativa do Estado nesta sexta-feira (21), na hora do almoço. Fui de carro, já que às sextas-feiras o trânsito consuma ser tranquilo pelas redondezas. Eu disse "costuma".

Um lado da Praça da Matriz - onde se localiza a ALERGS - tem proibição de estacionar, por ser ponto de táxi e de ônibus. Mas ainda havia três lados!

Fui direto pra uma área em frente à Catedral, onde há uma placa informando que são permitidos apenas carros oficiais. Como já fiquei dezenas de vezes ali, com carro oficial, sem ter onde estacionar em função das dezenas de carros particulares, sabia que a placa era solenemente ignorada. Qual foi a minha surpresa quando um agente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) - os populares azuizinhos - não me deixou pôr o carro ali e nem passar para tentar encontrar outra vaga. Bom, versada nas artes da lábia, convenci o moço a, pelo menos, me deixar passar.

OK, vamos procurar uma vaga em frente ao Theatro São Pedro. Ali, a despeito de todas as vagas estarem desocupadas, caminhões da Brigada Militar, do Exército, ambulância e o que mais se puder imaginar de aparato militar impediam a aproximação.

Questinando um cidadão que se apresentou muito cheio de poderes, o rapaz fardado me explica que o espaço está bloqueado por uma questão de segurança nacional, visto que o vice-presidente da República encontra-se próximo (descobri depois que o Michel Temer estava na Assembleia recebendo uma medalha que tenho minhas dúvidas sobre o mérito, enfim...).

Enquanto eu fazia um milhão de perguntas, o tal fardado ameaça me prender por desacato à autoridade! Eles tomam conta da rua, não fazem nenhuma sinalização nem próximo ao local, e o cidadão que paga seus impostos - e, consequentemente, o salário daqueles todos - não pode sequer ser informado do que está acontecendo!

Fiquei muito indignada. OK que o vice-presidente precise de medidas de segurança - deve ter mesmo um monte de gente querendo atirar uma bomba nele, ainda mais depois de conhecerem a "viúva" -, mas o resto do mundo não pode parar por isso. É muito complicado colocar um agente orientando as pessoas?! Custava um mínimo de preocupação com quem não estava ali a passeio?!

sábado, 22 de janeiro de 2011

Blogagem coletiva - esmalte da semana: ROSA

ADOREI quando a @fernandareali comentou que o esmalte da blogagem coletiva era rosa. Tenho diversos tons - dos meigos Rosa Floral e Rosa Antigo, passando pelos avermelhados como Maria Flor e Grão de Café, até uns mais fiasquentos, tipo o Pop e Amor de Verão.

Como estamos no verão e eu estou, digamos assim, em "férias forçadas", resolvi colocar uma cor bem alegre, até para contrastar com o cinza deste fim de semana de chuva. Entre os meus candidatos, estavam Pop (Risqué), Rosa Pink (Colorama) e Amor de Verão (Impala).

Já que Valentina escolheu para as unhas dela o Rosa Pink, resolvi experimentar o Pop, único da coleção Pop4You da Risqué que eu ainda não tinha provado. Ficou assim:

Para ver mais unhas cor-de-rosa, é só ir lá no blog da Fernanda Reali!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Podia ser com a minha família


Uma mulher está em uma festinha de verão, numa sede campestre qualquer, em um capital qualquer desse país. Viúva, 36 anos, cuida sozinha das duas filhas, de dez e seis anos, além de ser diretora de uma boa escola da cidade. Na festa, está acompanhada das filhas e mais alguns parentes. A menina mais velha brinca com outras crianças, até que jogam - por acidente ou naquelas brincadeiras idiotas de criança - areia em seus olhos. Ela corre para a mãe. Junta-se uma tia, também pedagoga, e vão levá-la ao Banco de Olhos para limpar melhor e garantir que não haja danos. No carro de trás, o restante da família: o marido da tia, a irmã da menina...
Uma mãe em alta velocidade. Uma filha que provavelmente chorava. Uma avenida recentemente recapeada. Curva acentuada. Poste e muro. Um carro entre eles. Duas pessoas arremessadas pela janela. Um presa nas ferragens. E três vidas vão embora.

Essa história aconteceu, mais ou menos assim, em Porto Alegre no último domingo (09). A foto é de como ficou o carro. Passei pelo local do acidente por acaso, logo após terem retirado os corpos. Em casa, à noite, via internet, descobri do que se tratava. E meu coração ficou pequeninho. Quantas de nós, mães, dirigiram de maneira imprudente para atender a um filho?! Quantas vezes dirigimos com filhos chorando, qualquer que fosse a causa do choro, desviando nossa atenção do trânsito?

Lá em casa, esse acidente serviu de alerta. Não importa o que há dentro do carro, o que há no nosso destino, o que há na nossa cabeça. Tudo pode esperar para chegarmos vivas e inteiras.

PS: O post é meio drámatico. Mas essa história não me saiu da cabeça. Pra completar, minha mãe entrou em um engavetamento com mais quatro carros na terça-feira (11). Só não teve consequências piores para ela porque, lembrando da história das duas professoras, ela resolveu se lixar pro atraso e dirigir com cautela. O carro ficou destruído na frente e atrás, está na oficina, seguro cobrindo tudo. Foram 9 pessoas, 5 carros e nenhum arranhão. Obrigada, Deus. Entendemos o recado.

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