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quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Só de sacanagem!

Nada do que eu escrevesse traduziria tão bem o que estou sentindo! Descaradamente inspirada no Uzina, do meu amigo Juliano Rigatti.

Só de sacanagem
(Por Elisa Lucinda)

Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta a prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro. Do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais. Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais. Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta a prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais? É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz. Meu coração tá no escuro. A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e todos os justos que os precederam. ‘Não roubarás!’, ‘Devolva o lápis do coleguinha’, ‘Esse apontador não é seu, minha filha’. Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar! Até habeas corpus preventiva, coisa da qual nunca tinha visto falar, sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará! Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear! Mais honesta ainda eu vou ficar! Só de sacanagem!
Dirão: ‘Deixe de ser boba! Desde Cabral que aqui todo mundo rouba! E eu vou dizer: ‘Não importa! Será esse o meu carnaval! Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos.’
Vamo pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo, a gente consegue ser livre, ético e o escambal.
Dirão: ‘É inútil! Todo mundo aqui é corrupto desde o primeiro homem que veio de Portugal!’
E eu direi: ‘Não admito! Minha esperança é imortal, ouviram? Imortal!’ Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quizer, vai dar pra mudar o final!

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Tristeza

13h, 30° lá fora. Mas eu sinto frio. Um frio que não passa porque vem da alma.
Tristeza. Solidão. Minhas companhias dos últimos dias.
Sinto uma dor tão grande. Um amor tão grande. Não sei o que fazer com todo o amor que eu sinto. E cuja capacidade de sentir eu desconhecia ter até sentir.
Mas é um amor solitário. Eu não fui amada. No máximo, uma paixonite que terminou e alguém não teve a coragem de denunciar.
Estou triste porque amo e não devo. Amo e não quero. Amo e não posso. Sei que ninguém morre de amor, mas é tão dolorido passar por isso. E termina quando? Mas tudo bem, eu sei que termina.
Ainda bem que tenho amigos. Amigas. Para me distrairem e não me deixarem ficar pensando nisso. Nas coisas boas e nas ruins.
Foi tão pouco tempo. Não chegou a um ano. Que desperdício. Mas valeu. Não me arrependo. Aprendi.
Mas tá doendo...

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