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domingo, 23 de novembro de 2008

Nascemos

Minha filha deveria nascer lá pelo início de janeiro. Mas a moça mostrou que é apressadinha. E, para meu susto e encantamento, chegou antes da hora. Vou contar essa história:

Na quarta-feira, 19/11, fiz uma ecografia e uma consulta com o obstetra. Estava tudo ótimo com a minha pequena. Mas cheguei em casa com um pouco de sangramento e, claro, levei um susto. Liguei pro meu médico e ele disse que era normal sangrar um pouco por causa do exame de toque. Como o sangramento continuou até a sexta-feira pela manhã, liguei pra ele de novo. Como estava fora de Porto Alegre, meu obstetra me orientou a fazer uma ecografia. Lá fui eu para uma consulta de emergência na Santa Casa. A médica de lá confirmou a causa do sangramento e disse que estava tudo normal, mas fez um exame que mostrou que eu estava com contrações. Ou seja, tinha que passar a noite no hospital e me preparar para a possibilidade de um parto prematuro. Lá fiquei eu, tomando injeções de corticóide para acelerar o amadurecimento do pulmão da Valentina, tomando remédios para parar as contrações e penicilina para evitar uma bactéria que pode passar para prematuros.

Sexta à noite, uma ecografia mostrou que eu estava com menos líquido amniótico do que deveria. Passei o sábado no hospital, sem poder me agitar muito. As contrações tinham parado mas a perda de líquido era perigosa. À noite, tive que ficar sozinha no hospital, porque não eram permitidos acompanhantes. Não me preocupei porque estava me sentindo ótima. Uma enfermeira me examinou por volta da meia-noite de sábado para domingo e achou os batimentos cardíacos da Valentina um pouco irregulares. Uma médica também me examinou e viu que eu estava com um pouco de dilatação, resolveu me levar para o centro obstétrico para monitorar. Aí, em torno de 2h50min, me disse "ela está entrando em sofrimento, vamos ter que operar agora!" Levei um susto: como assim agora?!?! Precisava avisar a minha mãe, o pai da minha filha, todo mundo... Não estava preparada para parir imediatamente! Claro que comecei a chorar e a tremer. Quase que a anestesista não consegue achar o local de aplicar a anestesia, de tanto que eu tremia!

Enquanto me preparava para a cesárea de urgência, o pessoal do hospital ligou para a minha mãe. Às 3h, entrei na sala de parto. Às 3h10min, nasceu a Valentina, com 2,3kg e 47cm. E nasceu uma mãe.

Quando minha mãe e o pai da Valentina chegaram, ela já tinha nascido. Ele ainda viu a Valentina com dificuldade para respirar. Os médicos a levaram para a UTI neonatal, onde ela ficou internada por oito longos dias. Mas esse é assunto para outro post...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Cheia de graça

Sou mãe. E isso tem sido suficiente.
A mãe da gente sempre diz "quando fores mãe, vais entender". Tem muita coisa que eu ainda não entendo, mas é só uma questão de tempo.
Sei o que já mudou em mim. Me sinto cheia de amor. Não só pela minha filhinha. Muuuuito por ela. Mas também por cada pessoa que cruza o meu caminho. Tenho uma vontade incontrolável de ser bondosa com as pessoas, de lhes dar carinho, elogios, gentileza. Com quem eu nem conheço. Mas principal e especialmente com quem eu conheço, com quem eu amo. Me sinto muito compreensiva, muito solidária, com um olhar mais otimista sobre cada atitude de cada pessoa ao meu redor.
E eu estou gostando muito de sentir tudo isso.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Dura lex, sed lex

Pois é, há cerca de 10 dias está vigendo a lei que pune com prisão quem tiver mais de 0,3 mg de álcool por litro de ar expelido. No RS, neste fim-de-semana, foram presas 60 pessoas. Tenho vários amigos indignados, revoltados com a intolerância da medida. Os mesmos que, alguma vez, já bateram o carro por estarem alcoolizados.

Eu aprovo com louvor essa nova conduta da Polícia com os bebinhos. É tanta vida desperdiçada, tanto dinheiro desperdiçado. Apenas porque algumas pessoas não abrem mão do hábito de consumir álcool. É um preço muito alto para uma birra.

Prefiro não beber e ser a responsável pela direção. Vou me divertir da mesma maneira. Agora, ainda mais firme no propósito de ficar sóbria, para evitar o risco de ser presa!

Aliás, isso é o melhor: o risco de ser preso. Não é apenas pagar uma multa, ter a carteira apreendida. É ir pra cadeia. Tudo bem, pagando fiança, o infrator é solto. Mas essa marca ele não apaga mais da sua ficha...

Enfim, a lei é dura, mas é a lei! A nós, cabe cumpri-la!

segunda-feira, 23 de junho de 2008

E o futebol?!

Em semana de Gre-Nal, clássico dos clássicos por essas bandas pampeanas, deu vontade de falar de futebol. A vitória do Grêmio por 3 X 0 sobre o Atlético Paranaense, em casa, no último domingo, me deixou reflexiva - e os comentaristas de futebol que me perdoem se falar alguma bobagem, estou tratando de sentimento.

Os 3 X 0 que elevaram o tricolor gaúcho a vice do Brasileirão me pareceram sintomáticos, já que os três gols, do (meia) Roger, foram de pênalti. Considerando as últimas partidas que eu assisti (e, confesso, não foram todas), fiquei com uma sensação: acho que o Grêmio está precisa de um centroavante. Três gols de pênalti na mesma partida e nenhum gol de bola rolando me deixaram preocupada... Ora, nos aguarda um Gre-Nal!!!!!!!!!

Sim, eu sei que foram 3 a 0 também em cima do Goiás, lá no Serra Dourada. Mas os gols foram de quem? Marcel (atacante meia-boca, principalmente vendo o histórico de gols) e de Thiego, zagueiro. Siiiim, zagueiro! Zagueiro tem que ficar é na outra metade do campo, marcando, preparado pra defender um contra-ataque, fazendo de-fe-sa e não fazendo gol!

Sei também que centroavante não é certeza de gol, mas a tarefa, a responsabilidade é dele!!! E não, isso não é uma campanha "volta Jardel"...

OBS: Esse é um comentário leigo de alguém que gosta de bater uma bolinha bem de vez em quando, de assistir seu time no estádio e, como todo brasileiro, palpitar! Por favor, discorde nos comentários!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Crise no Piratini

É, o bicho está pegando aqui pelos pampas... CPI investiga denúncia de desvio de R$ 44 milhões do Detran, gravações ligaram o então secretário Geral de Governo ao esquema, vice-governador divulga gravações com então chefe da Casa Civil falando em fontes de financiamento, TCE sob dúvidas. Para responder, a governadora ataca o Governo Federal. Céus, que bagunça! E nos achávamos a única reserva moral da República...
Bom, uma coisa de cada vez:
- Detran: é, pelo que tudo indica, há falcatrua da grossa, e faz muito tempo. Espera-se que Polícia Federal, Ministério Público e mesmo a CPI identifiquem e punam os culpados, sejam quem forem.
- Secretário-Geral: agora ex, Delson Martini deve estar depondo na CPI neste momento. Não que eu ache que isso ajuda muita coisa, mas...
- Casa Civil X Vice-governador: esse é o caso mais grave. Por tudo - pelo que foi dito, pela maneira que foi obtido. A maneira como Paulo Afonso Feijó obteve as informações foi vil e traiçoeira, por mais bem-intencionado que ele estivesse. Deveria ter encontrado outros meios. Cézar Busatto, agora ex-chefe da Casa Civil, disse o que todo mundo já suspeitava ou já sabia nas rodas políticas de todas as matizes: as empresas públicas funcionam como financiadoras de campanha. Se não com desvio de dinheiro público - vide Detran - com tráfico de influência, afinal dirigentes de Banrisul, CEEE e Daer negociam com muitas empresas, criam relacionamentos com o mercado. Ilegal, não é. Imoral, com certeza. Mas como muda-se isso? Mudando o formato da administração pública brasileira.
O número de CCs deve ser reduzido. O loteamento de cargos precisa ser eliminado. Em todas as esferas.
Além disso, as ferramentas de fiscalização e controle precisam ser mais rígidas. O Tribunal de Contas do Estado, que deveria ser o órgão máximo em isenção e rigidez, tem o conselho formado basicamente por ex-deputados. Conseguirão eles ser críticos aos seus aliados, aos seus próprios partidos? Claro que não. Abre-se, aí, brecha para a vista grossa, para o descaso e, finalmente, para a improbidade e a falcatrua.

A governadora se perde...
E a dona Yeda se perturbou total. Logo que as gravações foram divulgadas, demorou um tempão pra dar uma entrevista. Para piorar - e sempre pode piorar -, na Veja dessa semana, ainda ataca o ministro da Justiça. Mexeu com quem estava quieto, provocou inimigos que não precisavam ser provocados.
A inabilidade política da moça - certamente, fruto de sua conhecida arrogância - está fazendo estragos cada vez maiores.
Agora, reuniu um Gabinete de Transição (sim, na metade do mandato) para produzir uma carta de compromissos que deverá nortear a nomeação do secretariado e dos cargos em comissão. A governadora tem falado que devem constar na carta princípios éticos e o compromisso com a gestão. Ora, não é o mínimo que se espera de alguém nomeado para esse governo?! É muito absurdo pensar que isso tudo deva estar explícito em cartas...

Bom, como gaúcha, só me resta torcer para que nos mostremos realmente diferentes do resto do País: punindo culpados e mudando estruturas para dificultar que situações como essas voltem a ocorrer.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Uma nova CPMF: precisa?!

Precisar, não precisa. A cada mês, o Governo Federal bate recordes e mais recordes de arrecadação. Ou seja, não falta dinheiro. Ele só é mau usado. Pra variar. O Governo Federal precisa, urgentemente, gastar menos com sua própria manutenção. Não há como legitimar uma tentativa desse governo de aumentar impostos num país que já tem as mais altas taxas tributárias do mundo sem o próprio governo fazer um esforço de diminuição de gastos!
Entendo que a CPMF (ou CSS ou como resolverem chamar dessa vez) é importante porque monitora as movimentações financeiras e porque é justo: quem mais movimenta dinheiro - ou seja, TEM mais dinheiro - paga mais. Só não concordo que essa contribuição seja sobreposta a todos os outros impostos, contribuições e assemelhados que já existem.
Se a União propusesse acabar com alguma outra taxa e, então, implementar a CPMF/CSS, eu bradaria SIIIIM! Mas da maneira atual, a minha resposta é bem clara: NÃO.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

A farra dos cartões corporativos

Da coluna O filtro, de Thomas Traumann:
Gastos públicos – É um escândalo! Servidores públicos federais usaram cartões do governo para comprar lingerie, iPods, serviços de namoro on-line e (absurdos dos absurdos!) um jantar de mais de R$ 20 mil. Uma auditoria pública descobriu que a farra com dinheiro do contribuinte não tem limites. O Exército, por exemplo, não apresentou comprovantes da compra de uma dúzia de servidores para sua rede de computadores, cada um estimado em mais de R$ 150 mil. Quase 300 mil servidores públicos usam cartões corporativos, mas poucos foram tão ousados quanto um funcionário dos Correios que, em 2006, gastou mais de R$ 2.500 em um serviço de namoro on-line. Também nos Correios, a auditoria encontrou o símbolo desse novo escândalo: um jantar para 81 pessoas em que foram pagos, com dinheiro público, mais de 40 garrafas de vinho, conhaque Courvoisier, vodca Belvedere e uísque Johnny Walker Gold. Ah, só uma coisa: tudo isso foi nos Estados Unidos. A reportagem está na edição de hoje do The Washington Post.
A-haaa, a maior democracia do mundo, líder político, econômico e bélico mundial, sucumbiu a esses escandalozinhos terceiro-mundistas...
Se todo o escândalo com os cartões corporativos brasileiros não foi suficiente, somemos o que ocorreu na terra do Tio Sam. Não deu pra entender ainda que cartão corporativo não dá?!?!
Sim, eu sei que usurpadores do dinheiro público sempre acham um jeito de continuar usurpando o dinheiro público. Mas a gente podia dificultar um pouco a vida deles, né! Por exemplo: parando com essa palhaçada de cartão corporativo. O servido público que precisar gastar a trabalho que gaste, apresente os comprovantes e seja reembolsado! Por que na iniciativa privada isso funciona?
A máquina pública - over inchada - tem a obrigação de aprender um pouco com a iniciativa privada. Pelo menos, para salvar sua própria imagem.

Deixem Isabella Nardoni em paz!

Eu não leio mais uma linha sobre a morte - e, principalmente, a culpa pela morte - da menina Isabella Nardoni. Não que eu não queira saber o que está acontecendo. Apenas cansei dessa cobertura sensacionalista, exagerada, do mal. A imprensa brasileira superou todos limites do bom senso, da ética e até do respeito para com aqueles que estão sofrendo.
Minha mãe comentou que se não fosse a ampla cobertura da imprensa, a investigação não andaria tão rápido. Pode ser. Mas o problema não é falar todo dia sobre isso. É falar tanto e, ao mesmo tempo, tão pouco. Durante as últimas semanas, suposições, sugestões, teorias ocuparam todos os espaços, especialmente na televisão. Deixou de ser um serviço. Passou a ser até maldade.
Escrevo isso enquanto escuto - ao longe e sob protestos - ao Fantástico. Desde que o programa começou, já foram transmitidos trechos diversos de uma entrevista exclusiva com o pai e a madrasta da menina. Expondo-os. Humilhando-os. Mesmo que eles sejam culpados, quem a imprena pensa que é para julgá-los e condená-los assim? Deus?!?! Isso é tática para manter a audiência. Eu sei. Mas por que precisa ser assim? Por que não fazem chamadas em off, citando a entrevista? Um pouco de respeito aos entrevistados - mesmo que tenham cometido a monstruosidade que parece que cometeram - é justo, é digno.
Isso tudo me lembra o caso da Escola Base, no RJ. Na época, tudo parecia indicar que realmente a escola estava acobertando casos de assédio sexual de professores aos alunos. A escola fechou, a carreira daqueles profissionais foi destruídas. Depois de muito tempo de investigação, a Escola Base foi inocentada. E quem vai reparar o dano que a imprensa causou? A própria imprensa? Ha ha ha.
Bom, como tive que escrever esse texto em duas etapas - sempre a falta de tempo! - há alguns acontecimentos novos. A promotoria denunciou os pais de Isabella, eles estão presos. É bem provável que tenha sido eles quem a matou. Mas, pra mim, o grande vilão dessa novela ainda é a imprensa.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

UnB: a volta da juventude protagonista

Fiquei feliz com esse episódio da Universidade de Brasília. Não pelo reitor ter utilizado dinheiro da educação federal para mobiliar luxuosamente seu apartamento funcional. Nem por se negar a se afastar quando essas denúncias surgiram. Nem pelo quebra-quebra promovido pelos estudantes.

Fiquei feliz por ter visto os estudantes mobilizados novamente. Fiquei feliz por ter visto a juventude novamente fazer a diferença. Principalmente, dentro da UnB, tão emblemática.

Agora, galera, vamos com calma. É fundamental manter a pressão, manter o assunto na imprensa. Principalmente paa garantir que não seja mais uma das tantas pizzas oriundas do Planalto Central. Mas cuidado para que atitudes precipitadas e violentas não acabem lhes tirando a razão nessa história.

Ocupar a reitoria, sim. Deliberar no Conselho Universitário, ótimo. Ainda mais contando com o apoio de professores e funcionários. Dar entrevistas indignadas, se defender da truculência já conhecia dos seguranças de insitutições de ensino superior, tudo isso sim. Quebrar cadeiras e portas, não. Destruir exatamente o que se está querendo preservar não me parece inteligente. O patrimônio da Universidade de Brasília é público. Portanto, de cada um de nós. Não de ninguém.
Aproveitem a oportunidade e mostrem a esse País que a juventude ainda vive. Que a juventude ainda tem capacidade de mobilização. Que ainda tenta tornar esse um lugar melhor.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Ciência X religião

O STF está julgando uma ação sobre células-tronco embrionárias. Mais uma vez, o embate entre a ciência e a religião. Que bom não estarmos na Idade Média, ou muitos pesquisadores já estariam ardendo nas fogueiras da Inquisição!

Essa mania das igrejas - a Católica, em especial - de impedir todo e qualquer progresso da ciência que vá contra seus próprios preceitos me irrita. Ora, não concorda com as pesquisas, não doa embriões, não usa as células-tronco dali originárias. Ninguém será obrigado a fazê-lo! O que não dá é para atravancar pesquisas que podem salvar muitas vidas e recuperar a qualidade de outras tantas por dogmas. Isso tudo sem considerar que os embriões congelados que não forem utilizado para a pesquisa vão ser postos no LIXO!

Já é consenso que a vida termina quando o cérebro pára de funcionar - afinal, neste momento, o cadáver pode até ter os órgãos retirados para transplante. Não parece lógico que a vida comece quando o cérebro começa? Essa decisão precisa ser médica, científica. Desapegada de valores religiosos.

Tenho a mesma opinião sobre o aborto. Ninguém vai ser obrigado a fazê-lo. Mas vamos criar um sistema que impeça milhares de mulheres de morrerem a cada ano. O que é mais importante, vidas humanas ou dogmas? Como esse papo vai longe, continuo o tema aborto em outro momento.

Mas já afirmo: sim às pesquisas com células-tronco!

(texto iniciado em 4/3/2008)

Lobão Filho no PTB

A direção nacional do PTB não perde a oportunidade de emporcalhar um pouco mais o partido. Agora, convidou o suplente de senador Edison Lobão Filho (MA), filho e substituto no Senado do ministro de Minas e Energia, senador Edison Lobão.
Claro que todo mundo é inocente até que se prove o contrário. Mas já não bastaram todos os encândalos políticos desde 2005, que tiveram sempre petebistas envolvidos?! Agora, fazem força pra trazer pro partido esse cidadão, sobre o qual recaem suspeitas de corrupção.
Isso envergonha a história do PTB. Um partido que já reuniu nomes como Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola deveria ter mais critério na hora de aceitar filiados.
Aliás, na minha modesta opinião, não deveria concorrer a cargo público qualquer cidadão que constasse como réu em QUALQUER processo. Depois que ficasse comprovado, sem recursos, que o indivíduo é inocente, aí concorre! Mas, pra isso, precisaria de um reforma política, que tão cedo não vai sair neste País. Enquanto isso, os próprios partidos poderiam fazer esse filtro. Ou pelo menos o meu...

(Texto iniciado em 30/01/2008)

Tempo

Nossa, mais de dois meses sem escrever!
Não que tenham faltado pautas. Pra variar, faltou tempo.
Vou tentar me redimir, buscando todas as pautas que me chamaram a atenção nesse período. Acredito até que minha análise será mais completa - ou, pelo menos, com mais informações - considerando que o distanciamento desanuvia a visão...
Tomara que sim.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O doloroso - ou não - processo de envelhecer

Não, não estou precocemente me sentindo velha. A minha curva da vida ainda está ascendente. Mas tenho convivido com maneiras diversas de envelhecer e isso tem me despertado reflexão. Às vezes, pena.
Observo, próximo, um homem com quase 90 anos. A coluna já não tão reta, as mãos não tão fortes. Mas a alegria continua. Já foi viúvo duas vezes. Tem hoje mais que uma esposa: uma companheira. Cuida de seus bichos, faz seus negócios, toca seu violino. Aqueles murchinhos olhos da cor do céu em uma tarde de verão transbordam paz. E o sorriso é companhia constante. É assim que quero envelhecer! Mas como se faz???
Vejo, bem de perto, uma mulher que sempre foi cercada de amigos, sempre trabalhou muito, se divertiu, construiu. E bradou aos quatro ventos que criara seus filhos para o mundo. Hoje, perto dos 60 anos, vive de uma maneira muito diferente. Meio depressiva, extremamente carente, acorrentando os filhos aos seus pés, com correntes invisíveis feitas de chantagens emocionais. Os amigos tornaram-se eventuais. Creio que mais por falta de investimento dela do que descaso deles. Não é assim que quero envelhecer. Aliás, não é assim que quero concluir a transição à vida adulta: em débito. É dessa maneira que ela me faz sentir, sempre em débito. Como se a atenção nunca fosse suficiente. Como se eu fosse responsável por fazê-la se sentir acolhida, acompanhada e feliz.
Será que não é muita responsabilidade para se jogar no colo de alguém?! Mal sei cuidar da minha própria paz interior - que até andou um tanto escanteada ultimamente -, como posso cuidar da de alguém?! Principalmente se esse alguém sempre foi a minha referência. Se esse alguém sempre soube o que fazer quando ninguém mais sabia.
Dessa vez, eu não sei. E não tenho a quem perguntar...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Johnny, bye bye

Meu nome não é Johnny conta a trajetória de João Guilherme Estrella, jovem de classe média que passou de consumidor a traficante de cocaína. Mas Johnny não era um marginal, um bandido. Nós, meros espectadores de sua história, nos comovemos e torcemos por ele. Porque ele era inconseqüente, irreverente. Mas, sobretudo, porque gurdava uma certa inocência. Vendia drogas porque isso caiu na sua mão, não para enriquecer. Torrava todo seu dinheiro em festas, regadas a muita cerveja e cocaína.
Seus pais, separados quando Johnny era adolescente, não perceberam o processo que o levou a consumir e vender cocaína. Não notaram que dinheiro aparecia na sua mão, sem origem conhecida. Johnny não estudava nem trabalhava. Não cumpria o ciclo normal de um jovem (o que não garante o afastamento das drogas - vide últimas prisões de traficantes de ecstasy universitários de classe média alta).
João Guilherme pagou um preço por isso. Depois de um período na prisão, enquanto aguardava julgamento, passou dois anos cumprindo pena em manicômio judicial. Um frase da juíza que definiu a sentença provoca reflexão: João Guilherme provou que todo mundo pode ser recuperado. Será?! E até onde pessoas como ele terão que ir para que sejam resgatados? O que podem fazer pais, irmãos e amigos antes que seja tarde demais?
Meu nome não é Johnny deve ser visto por pais e por adolescentes. Aos primeiros, para entenderem que não podem ignorar os sinais de que algo está errado. Aos segundos, para que vejam onde o consumo de substâncias ilícitas pode parar.

De certa forma, esse filme parece um complemento a Tropa de Elite. Afirma, de uma forma mais sutil, mas não menos dolorosa, a responsabilidade do povo do asfalto sobre o consumo de drogas.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

"Neste ano, quero paz no meu coração..."

Ufa! Foi embora. 2007 já era. E que ano!

Conquistei, sorri, chorei, perdi. Experimentei, discuti, ousei, aprendi. Disse não, disse sim, amei, fiquei nem aí. Tive medo, tive coragem, fui menininha, fui mulher. Porque sou tudo isso. E um pouquinho mais. Errei, baguncei, corrigi, me diverti. E muito! Conheci, reencontrei, descobri, desapontei. Estranhei, gostei, recuei, sofri. Viajei, sosseguei, enlouqueci, curti. Vivi.

E 2008? Quero tudo novo de novo!

Quero mais amores possíveis e impossíveis, mais viagens incríveis, mais beijos na boca inesquecíveis! Mais cervejada com as amigas e com muita risada (o que é quase redundância!), mais negrinho de colher, mais surpresas, mais conquistas, mais sustos, mais abraços e aconchegos.

Cada ano novo é uma nova oportunidade que nos damos de fazer tudo melhor. De ser melhor. E eu desejo isso para todo mundo em 2008: nos tornarmos pessoas cada vez melhores. Vou ser uma profissional mais realizada, uma filha mais atenciosa, uma irmã mais parceira, uma amiga mais amiga, uma dinda mais divertida, uma colega mais compassiva, uma chefe mais grata, uma namorada (?) mais companheira, uma vizinha mais gentil, uma cidadã mais responsável. Não que eu não tenha feito tudo isso no ano que terminou. Mas sempre dá pra fazer um pouquinho mais.

Bem-vindo, ano novo!

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