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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Mães blogueiras, mães protetoras


Uma das coisas que me deixa mais irada em jornalistas - tá, e nas pessoas em geral - é falta de ética. Quando a atitude antiética é contra coisas em que eu acredito, aí eu fico FULA.

Imagina só o seguinte diálogo, que aconteceu mais ou menos assim:
A "jornalista": - Oi, Mãe Fulana, eu sou Luisa Alcantara e Silva, da Folha de São Paulo, e estou fazendo uma matéria a respeito das mães que mantêm blogs sobre os seus filhos. Você pode me dar uma entrevista?
A Mãe Fulana, mega feliz de divulgar uma coisa tão querida por ela e tão importante para o seu próprio aprendizado como mãe, responde: - Claro, querida, venha na minha casa que conversamos.

Após isso, a Mãe Fulana se depara com esta matéria: Mães colocam crianças em "Baby Brother" na internet; especialistas criticam. Oi? Fácil imaginar como esta mãe está se sentindo.

Luisa tinha todo o direito de fazer sua matéria, inclusive alertando para os riscos da exposição das crianças - coisa com que todas nós, mães blogueiras, nos preocupamos. Mas ela não podia ter enganado a fonte dela! Luisa moldou as falas à sua pauta, enquanto deveria fazer o contrário. Se a Giovana soubesse que o foco da matéria era esse, poderia ter explicado os cuidados que ela toma, a preocupação que ela tem. Mas a tal da jornalista simplesmente ignorou isso, esquecendo o preceito mais básico do jornalismo: ouvir o outro lado. Ela não ouviu o lado da Giovana. Simplesmente, com seu texto, a acusou de - no mínimo - leviana, sem nem chance para ela se defender. Essa profissional conseguiu contrariar os princípios éticos do jornalismo e das mães de uma tacada só!

Escrevemos em blogs para trocar ideias e experiências, para vermos que não estamos doidas - pelo menos, não sozinhas - ao passar por todos os desafios da maternidade. Fazemos isso por nossos filhos, justamente para educá-los de uma maneira melhor. (Nossa, eu já aprendi tanto com minhas amigas virtuais que teria que fazer uma sequência de posts só para contar os cases.) É claro que a segurança e a preservação da intimidade deles nos preocupa, falamos sobre isso também. E gostaríamos de ter orientações adequadas a respeito. A-D-E-Q-U-A-D-A-S, não com o preconceito e a falta de conhecimento que demonstraram os especialistas consultados pela Folha.

Esperamos que, na próxima vez que for escrever uma matéria, Luisa tenha mais cuidado.

Indignação coletiva

Temos uma rede de mães que se comunica por twitter e blogs e o grupo todo se solidarizou com a Giovana. Várias menções das twiteiras e posts nos blogs, afinal todas nós nos sentimos desrespeitadas. Abaixo, alguns textos:

- O caso Giovana - por Dani Donda
- Um protesto em favor de todas as mães blogueiras, por Calu, da Rede Mulher & Mãe
- Protesto em favor das mães blogueiras, por Keka
- Pseudojornalistas, por Nanda Becker
- Sou mãe. Sou blogueira. Com muito orgulho., por Tatiana Alves Passagem


UPDATE:
A ombudsman da Folha, Suzana Singer, respondeu e-mail da Tatiana Passagem sobre o assunto e pediu esclarecimentos. Na edição deste domingo, publicaram um mea culpa. Achei bacana a iniciativa: se erraram, é bom reconhecer. Aqui post da Rede Mulher & Mãe com a matéria!

Um comentário:

. disse...

Passando pra conhecer seu bloguito!
VOu te add pra voltar mais vezes.
Bjoka da Dany!

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