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quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Johnny, bye bye

Meu nome não é Johnny conta a trajetória de João Guilherme Estrella, jovem de classe média que passou de consumidor a traficante de cocaína. Mas Johnny não era um marginal, um bandido. Nós, meros espectadores de sua história, nos comovemos e torcemos por ele. Porque ele era inconseqüente, irreverente. Mas, sobretudo, porque gurdava uma certa inocência. Vendia drogas porque isso caiu na sua mão, não para enriquecer. Torrava todo seu dinheiro em festas, regadas a muita cerveja e cocaína.
Seus pais, separados quando Johnny era adolescente, não perceberam o processo que o levou a consumir e vender cocaína. Não notaram que dinheiro aparecia na sua mão, sem origem conhecida. Johnny não estudava nem trabalhava. Não cumpria o ciclo normal de um jovem (o que não garante o afastamento das drogas - vide últimas prisões de traficantes de ecstasy universitários de classe média alta).
João Guilherme pagou um preço por isso. Depois de um período na prisão, enquanto aguardava julgamento, passou dois anos cumprindo pena em manicômio judicial. Um frase da juíza que definiu a sentença provoca reflexão: João Guilherme provou que todo mundo pode ser recuperado. Será?! E até onde pessoas como ele terão que ir para que sejam resgatados? O que podem fazer pais, irmãos e amigos antes que seja tarde demais?
Meu nome não é Johnny deve ser visto por pais e por adolescentes. Aos primeiros, para entenderem que não podem ignorar os sinais de que algo está errado. Aos segundos, para que vejam onde o consumo de substâncias ilícitas pode parar.

De certa forma, esse filme parece um complemento a Tropa de Elite. Afirma, de uma forma mais sutil, mas não menos dolorosa, a responsabilidade do povo do asfalto sobre o consumo de drogas.

Um comentário:

Fabricio Olivetti disse...

poxa, vou ter que ver o filme ainda antes de comentar :P

Mas os últimos filmes nacionais tem todos focado nesse tema da causa da violencia, a busca pelo culpado, quando os culpados somos todos nós...

Quando todos pararem de simplesmente passar a culpa para o próximo (a culpa é dos marginais, não é da policia, não é dos politicos, não é da...) e abraçarmos parte dessa culpa, idealmente cada um seria parte da solução!

Sonhar é bom :P

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