Por mais que eu soubesse que tudo o que eu sentia não havia morrido;
Por mais que eu soubesse que, mais cedo ou mais tarde, ele teria outra;
Por mais que eu soubesse que as palavras dos últimos meses foram proferidas com doses generosas de hipocrisia;
Por mais que eu soubesse que não deveria querê-lo mais;
Por mais que eu soubesse que ele não é o homem ideal pra mim;
Por mais que eu soubesse que essa história já acabou;
Não pensei que doeria tanto.
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Também vai pegar você!
"Tropa de elite, osso duro de roer / Pega um, pega geral, também vai pegar você"
O filme Tropa de Elite é um tapa na cara. Principalmente, para nós, a classe média, que se acha a grande injustiçada desse mundo capitalista cruel.
O filme Tropa de Elite foi acusado de ser facista. Ora, facista é a sociedade que gera os capitães Nascimento e os Baianos da vida. Tropa de Elite é franco, é sem rodeios. Mostra para o mundo uma faceta da realidade que sempre esteve oculta: a contribuição que a classe média e alta dá para a manutenção do tráfico de drogas e de tudo que ele representa.
Além disso, faz o público ver e entender o que se passa com o outro lado da história: o policial. Os últimos filmes a respeito tinham como enfoque a visão dos bandidos ou da comunidade favelada. Dessa vez, ouve-se uma outra voz. Uma voz que grita pedindo socorro. O BOPE todo é limpo? Provavelmente não. A PM toda é suja? Provavelmente não. Mas a função da arte é essa: "carregar nas tintas" para chamar a nossa atenção.
Se Tropa de Elite não valesse pelas atuações brilhantes, pela fotografia sufocante no tom certo, ainda assim teria cumprido a sua missão: provocar o debate. Nunca discutiu-se tanto o papel da polícia, sua falta de treinamento, sua remuneração aviltante, o papel do povo do asfalto. Nunca se procurou tanto, na sociedade civil, uma (ou duas, ou três) solução para o tráfico.
Uma discussão tardia, mas ainda assim fundamental.
A frase que marcou, entre tantas: "Quantas crianças nós vamos perder para o tráfico para que playboy possa enrolar o seu baseado?"
O filme Tropa de Elite é um tapa na cara. Principalmente, para nós, a classe média, que se acha a grande injustiçada desse mundo capitalista cruel.
O filme Tropa de Elite foi acusado de ser facista. Ora, facista é a sociedade que gera os capitães Nascimento e os Baianos da vida. Tropa de Elite é franco, é sem rodeios. Mostra para o mundo uma faceta da realidade que sempre esteve oculta: a contribuição que a classe média e alta dá para a manutenção do tráfico de drogas e de tudo que ele representa.
Além disso, faz o público ver e entender o que se passa com o outro lado da história: o policial. Os últimos filmes a respeito tinham como enfoque a visão dos bandidos ou da comunidade favelada. Dessa vez, ouve-se uma outra voz. Uma voz que grita pedindo socorro. O BOPE todo é limpo? Provavelmente não. A PM toda é suja? Provavelmente não. Mas a função da arte é essa: "carregar nas tintas" para chamar a nossa atenção.
Se Tropa de Elite não valesse pelas atuações brilhantes, pela fotografia sufocante no tom certo, ainda assim teria cumprido a sua missão: provocar o debate. Nunca discutiu-se tanto o papel da polícia, sua falta de treinamento, sua remuneração aviltante, o papel do povo do asfalto. Nunca se procurou tanto, na sociedade civil, uma (ou duas, ou três) solução para o tráfico.
Uma discussão tardia, mas ainda assim fundamental.
A frase que marcou, entre tantas: "Quantas crianças nós vamos perder para o tráfico para que playboy possa enrolar o seu baseado?"
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
40 anos sem Che
Che Guevara é um herói. Não discuto aqui se concordo ou não com seus ideais e atitudes. O fato de ele ser um heróis está acima disso. É um herói porque fez o que achava que tinha que ser feito, arcando com as conseqüências disso.
Che Guevara é um ícone. Remete a um tempo em que as pessoas - em especial, os jovens - lutavam pelo que acreditavam. Literalmente, porque pegaram em armas e colocaram suas vidas em risco.
Onde foi parar esse poder, essa mobilização? Em poucos momentos da história a juventude esteve apática, tão individualista quanto nesse 2007.
Essa sociedade capitalista - que Che tanto combateu - produziu danos maiores do que o próprio Che poderia imaginar, nas suas mais pressimistas previsões. Gerou jovens preocupados apenas com seu umbigos, com seu futuro, quando muito (afinal, às vezes, nem com seus próprios futuros não se preocupam). Gerou pais inseguros e nada inspiradores, oprimidos pela luta constante e inglória por dinheiro, motor que move o mundo.
Gostaria que a passagem dos 40 anos sem Che fosse o momento para a juventude rever seus projetos de vida e de país e questionar o que está fazendo para tornar esse mundo mais justo, mais humano.
(Só para registrar: escrevo isso durante uma palestra promovida pelos partidos de esquerda e movimentos sociais, celebrando Ernesto Guevara de La Serna e desejando que ele não seja apenas mais uma estampa de camiseta, símbolo de um inimigo que ele sempre combateu. Posso estar um pouco, digamos assim, influenciável...)
Che Guevara é um ícone. Remete a um tempo em que as pessoas - em especial, os jovens - lutavam pelo que acreditavam. Literalmente, porque pegaram em armas e colocaram suas vidas em risco.
Onde foi parar esse poder, essa mobilização? Em poucos momentos da história a juventude esteve apática, tão individualista quanto nesse 2007.
Essa sociedade capitalista - que Che tanto combateu - produziu danos maiores do que o próprio Che poderia imaginar, nas suas mais pressimistas previsões. Gerou jovens preocupados apenas com seu umbigos, com seu futuro, quando muito (afinal, às vezes, nem com seus próprios futuros não se preocupam). Gerou pais inseguros e nada inspiradores, oprimidos pela luta constante e inglória por dinheiro, motor que move o mundo.
Gostaria que a passagem dos 40 anos sem Che fosse o momento para a juventude rever seus projetos de vida e de país e questionar o que está fazendo para tornar esse mundo mais justo, mais humano.
(Só para registrar: escrevo isso durante uma palestra promovida pelos partidos de esquerda e movimentos sociais, celebrando Ernesto Guevara de La Serna e desejando que ele não seja apenas mais uma estampa de camiseta, símbolo de um inimigo que ele sempre combateu. Posso estar um pouco, digamos assim, influenciável...)
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
"Não à renovação da concessão da RBS!" Não?!
Está marcado para hoje um protesto em frente à sede porto-alegrense da RBS - afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Exige-se que não seja renovada a concessão da RBS que, segundo o texto que circula pela web, vence hoje.
Como uma democrata - ou seja, uma defensora da democracia e não uma filiada àquele partido que há pouco mudou de nome - questiono: por quê? Lutarei sempre para que todos tenham o direito de expressar sua opinião, ainda que eu não concorde com ela!
Esse momento deveria ser aproveitado par aprovocar a discussão acerca da partidarização das concessões (públicas - lembre-se!) de rádio e televisão e da democratização da comunicação. Para que, assim, mais gente possa dizer o que pensa sem precisar apelar para o círculo ainda estreito da internet.
Dizer simplesmente "abaixo a RBS" está mais perto das anarquias ou das ditaduras. Querer calar quem pensa diferente me assuta: é atitude típica de regimes totalitários, sempre abomináveis. Como fez Chávez ao fechar a RCTV. Por que ele não criou um canal estatal para mostrar a sua versão dos fatos? Parece-me um pouco atitude de quem simplesmente não tem o que mostrar...
Como uma democrata - ou seja, uma defensora da democracia e não uma filiada àquele partido que há pouco mudou de nome - questiono: por quê? Lutarei sempre para que todos tenham o direito de expressar sua opinião, ainda que eu não concorde com ela!
Esse momento deveria ser aproveitado par aprovocar a discussão acerca da partidarização das concessões (públicas - lembre-se!) de rádio e televisão e da democratização da comunicação. Para que, assim, mais gente possa dizer o que pensa sem precisar apelar para o círculo ainda estreito da internet.
Dizer simplesmente "abaixo a RBS" está mais perto das anarquias ou das ditaduras. Querer calar quem pensa diferente me assuta: é atitude típica de regimes totalitários, sempre abomináveis. Como fez Chávez ao fechar a RCTV. Por que ele não criou um canal estatal para mostrar a sua versão dos fatos? Parece-me um pouco atitude de quem simplesmente não tem o que mostrar...
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