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terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Novas pessoas

A Valentina mudou completamente quem eu sou.
Olhos, ouvidos e nariz mais afiados do que nunca. Para ver qualquer diferença mínima na minha filha, para ouvir qualquer manifestação, mesmo a quilômetros de distância, e para identificar qualquer fralda suja!
Ela consegue, com um suspiro, o que minha mãe sempre penou para conseguir: me fazer pular da cama em um segundo! Apenas para ver que ela está bem, que dorme como um anjo. Aliás, nada dá mais paz do que vê-la dormir. O mundo pára. E nada mais importa.
Conhecer cada carinha que ela faz é uma delícia. Diferenciar o que cada choro significa é o desafio cotidiano e adorável. Mesmo diante da angústia que me toma quando não consigo acalmá-la ou sequer descobrir o que a perturba.
Nada é tão gostoso do que observar suas carinhas e trejeitos.
Saber que meu corpo a alimenta, que minhas mãos lhes dão segurança, que meu peito a acalma é experimentar um pouco do divino. A minha filha me desperta sensações que eu nem imaginei existirem. De alerta, de cuidado, de carinho, de paciência.
E eu amo muito tudo isso. Amo a minha filha. Amo a pessoa que ela me fez descobrir dentro de mim.

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