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quarta-feira, 28 de maio de 2008

Uma nova CPMF: precisa?!

Precisar, não precisa. A cada mês, o Governo Federal bate recordes e mais recordes de arrecadação. Ou seja, não falta dinheiro. Ele só é mau usado. Pra variar. O Governo Federal precisa, urgentemente, gastar menos com sua própria manutenção. Não há como legitimar uma tentativa desse governo de aumentar impostos num país que já tem as mais altas taxas tributárias do mundo sem o próprio governo fazer um esforço de diminuição de gastos!
Entendo que a CPMF (ou CSS ou como resolverem chamar dessa vez) é importante porque monitora as movimentações financeiras e porque é justo: quem mais movimenta dinheiro - ou seja, TEM mais dinheiro - paga mais. Só não concordo que essa contribuição seja sobreposta a todos os outros impostos, contribuições e assemelhados que já existem.
Se a União propusesse acabar com alguma outra taxa e, então, implementar a CPMF/CSS, eu bradaria SIIIIM! Mas da maneira atual, a minha resposta é bem clara: NÃO.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

A farra dos cartões corporativos

Da coluna O filtro, de Thomas Traumann:
Gastos públicos – É um escândalo! Servidores públicos federais usaram cartões do governo para comprar lingerie, iPods, serviços de namoro on-line e (absurdos dos absurdos!) um jantar de mais de R$ 20 mil. Uma auditoria pública descobriu que a farra com dinheiro do contribuinte não tem limites. O Exército, por exemplo, não apresentou comprovantes da compra de uma dúzia de servidores para sua rede de computadores, cada um estimado em mais de R$ 150 mil. Quase 300 mil servidores públicos usam cartões corporativos, mas poucos foram tão ousados quanto um funcionário dos Correios que, em 2006, gastou mais de R$ 2.500 em um serviço de namoro on-line. Também nos Correios, a auditoria encontrou o símbolo desse novo escândalo: um jantar para 81 pessoas em que foram pagos, com dinheiro público, mais de 40 garrafas de vinho, conhaque Courvoisier, vodca Belvedere e uísque Johnny Walker Gold. Ah, só uma coisa: tudo isso foi nos Estados Unidos. A reportagem está na edição de hoje do The Washington Post.
A-haaa, a maior democracia do mundo, líder político, econômico e bélico mundial, sucumbiu a esses escandalozinhos terceiro-mundistas...
Se todo o escândalo com os cartões corporativos brasileiros não foi suficiente, somemos o que ocorreu na terra do Tio Sam. Não deu pra entender ainda que cartão corporativo não dá?!?!
Sim, eu sei que usurpadores do dinheiro público sempre acham um jeito de continuar usurpando o dinheiro público. Mas a gente podia dificultar um pouco a vida deles, né! Por exemplo: parando com essa palhaçada de cartão corporativo. O servido público que precisar gastar a trabalho que gaste, apresente os comprovantes e seja reembolsado! Por que na iniciativa privada isso funciona?
A máquina pública - over inchada - tem a obrigação de aprender um pouco com a iniciativa privada. Pelo menos, para salvar sua própria imagem.

Deixem Isabella Nardoni em paz!

Eu não leio mais uma linha sobre a morte - e, principalmente, a culpa pela morte - da menina Isabella Nardoni. Não que eu não queira saber o que está acontecendo. Apenas cansei dessa cobertura sensacionalista, exagerada, do mal. A imprensa brasileira superou todos limites do bom senso, da ética e até do respeito para com aqueles que estão sofrendo.
Minha mãe comentou que se não fosse a ampla cobertura da imprensa, a investigação não andaria tão rápido. Pode ser. Mas o problema não é falar todo dia sobre isso. É falar tanto e, ao mesmo tempo, tão pouco. Durante as últimas semanas, suposições, sugestões, teorias ocuparam todos os espaços, especialmente na televisão. Deixou de ser um serviço. Passou a ser até maldade.
Escrevo isso enquanto escuto - ao longe e sob protestos - ao Fantástico. Desde que o programa começou, já foram transmitidos trechos diversos de uma entrevista exclusiva com o pai e a madrasta da menina. Expondo-os. Humilhando-os. Mesmo que eles sejam culpados, quem a imprena pensa que é para julgá-los e condená-los assim? Deus?!?! Isso é tática para manter a audiência. Eu sei. Mas por que precisa ser assim? Por que não fazem chamadas em off, citando a entrevista? Um pouco de respeito aos entrevistados - mesmo que tenham cometido a monstruosidade que parece que cometeram - é justo, é digno.
Isso tudo me lembra o caso da Escola Base, no RJ. Na época, tudo parecia indicar que realmente a escola estava acobertando casos de assédio sexual de professores aos alunos. A escola fechou, a carreira daqueles profissionais foi destruídas. Depois de muito tempo de investigação, a Escola Base foi inocentada. E quem vai reparar o dano que a imprensa causou? A própria imprensa? Ha ha ha.
Bom, como tive que escrever esse texto em duas etapas - sempre a falta de tempo! - há alguns acontecimentos novos. A promotoria denunciou os pais de Isabella, eles estão presos. É bem provável que tenha sido eles quem a matou. Mas, pra mim, o grande vilão dessa novela ainda é a imprensa.

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