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segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O doloroso - ou não - processo de envelhecer

Não, não estou precocemente me sentindo velha. A minha curva da vida ainda está ascendente. Mas tenho convivido com maneiras diversas de envelhecer e isso tem me despertado reflexão. Às vezes, pena.
Observo, próximo, um homem com quase 90 anos. A coluna já não tão reta, as mãos não tão fortes. Mas a alegria continua. Já foi viúvo duas vezes. Tem hoje mais que uma esposa: uma companheira. Cuida de seus bichos, faz seus negócios, toca seu violino. Aqueles murchinhos olhos da cor do céu em uma tarde de verão transbordam paz. E o sorriso é companhia constante. É assim que quero envelhecer! Mas como se faz???
Vejo, bem de perto, uma mulher que sempre foi cercada de amigos, sempre trabalhou muito, se divertiu, construiu. E bradou aos quatro ventos que criara seus filhos para o mundo. Hoje, perto dos 60 anos, vive de uma maneira muito diferente. Meio depressiva, extremamente carente, acorrentando os filhos aos seus pés, com correntes invisíveis feitas de chantagens emocionais. Os amigos tornaram-se eventuais. Creio que mais por falta de investimento dela do que descaso deles. Não é assim que quero envelhecer. Aliás, não é assim que quero concluir a transição à vida adulta: em débito. É dessa maneira que ela me faz sentir, sempre em débito. Como se a atenção nunca fosse suficiente. Como se eu fosse responsável por fazê-la se sentir acolhida, acompanhada e feliz.
Será que não é muita responsabilidade para se jogar no colo de alguém?! Mal sei cuidar da minha própria paz interior - que até andou um tanto escanteada ultimamente -, como posso cuidar da de alguém?! Principalmente se esse alguém sempre foi a minha referência. Se esse alguém sempre soube o que fazer quando ninguém mais sabia.
Dessa vez, eu não sei. E não tenho a quem perguntar...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Johnny, bye bye

Meu nome não é Johnny conta a trajetória de João Guilherme Estrella, jovem de classe média que passou de consumidor a traficante de cocaína. Mas Johnny não era um marginal, um bandido. Nós, meros espectadores de sua história, nos comovemos e torcemos por ele. Porque ele era inconseqüente, irreverente. Mas, sobretudo, porque gurdava uma certa inocência. Vendia drogas porque isso caiu na sua mão, não para enriquecer. Torrava todo seu dinheiro em festas, regadas a muita cerveja e cocaína.
Seus pais, separados quando Johnny era adolescente, não perceberam o processo que o levou a consumir e vender cocaína. Não notaram que dinheiro aparecia na sua mão, sem origem conhecida. Johnny não estudava nem trabalhava. Não cumpria o ciclo normal de um jovem (o que não garante o afastamento das drogas - vide últimas prisões de traficantes de ecstasy universitários de classe média alta).
João Guilherme pagou um preço por isso. Depois de um período na prisão, enquanto aguardava julgamento, passou dois anos cumprindo pena em manicômio judicial. Um frase da juíza que definiu a sentença provoca reflexão: João Guilherme provou que todo mundo pode ser recuperado. Será?! E até onde pessoas como ele terão que ir para que sejam resgatados? O que podem fazer pais, irmãos e amigos antes que seja tarde demais?
Meu nome não é Johnny deve ser visto por pais e por adolescentes. Aos primeiros, para entenderem que não podem ignorar os sinais de que algo está errado. Aos segundos, para que vejam onde o consumo de substâncias ilícitas pode parar.

De certa forma, esse filme parece um complemento a Tropa de Elite. Afirma, de uma forma mais sutil, mas não menos dolorosa, a responsabilidade do povo do asfalto sobre o consumo de drogas.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

"Neste ano, quero paz no meu coração..."

Ufa! Foi embora. 2007 já era. E que ano!

Conquistei, sorri, chorei, perdi. Experimentei, discuti, ousei, aprendi. Disse não, disse sim, amei, fiquei nem aí. Tive medo, tive coragem, fui menininha, fui mulher. Porque sou tudo isso. E um pouquinho mais. Errei, baguncei, corrigi, me diverti. E muito! Conheci, reencontrei, descobri, desapontei. Estranhei, gostei, recuei, sofri. Viajei, sosseguei, enlouqueci, curti. Vivi.

E 2008? Quero tudo novo de novo!

Quero mais amores possíveis e impossíveis, mais viagens incríveis, mais beijos na boca inesquecíveis! Mais cervejada com as amigas e com muita risada (o que é quase redundância!), mais negrinho de colher, mais surpresas, mais conquistas, mais sustos, mais abraços e aconchegos.

Cada ano novo é uma nova oportunidade que nos damos de fazer tudo melhor. De ser melhor. E eu desejo isso para todo mundo em 2008: nos tornarmos pessoas cada vez melhores. Vou ser uma profissional mais realizada, uma filha mais atenciosa, uma irmã mais parceira, uma amiga mais amiga, uma dinda mais divertida, uma colega mais compassiva, uma chefe mais grata, uma namorada (?) mais companheira, uma vizinha mais gentil, uma cidadã mais responsável. Não que eu não tenha feito tudo isso no ano que terminou. Mas sempre dá pra fazer um pouquinho mais.

Bem-vindo, ano novo!

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